A guerra comercial entre Estados Unidos e China foi significativamente arrefecida na sexta-feira da semana passada, com ambos os países anunciando que chegaram a um acordo para implementar a fase um de um amplo acordo comercial.
Depois de algumas desavenças
Em função dos atritos e dificuldades para avançar em cada tema das diferentes propostas dos norte-americanos e chineses, o acordo foi dividido em etapas para que pudesse evoluir de forma escalonada sem representar uma derrota política/econômica para os dois lados.
O comprometimento chinês
O texto da fase um ainda não foi assinado, mas fontes relacionadas ao assunto disseram na imprensa que a China concordou em comprar 32 bilhões de dólares adicionais em produtos agrícolas norte-americanos em 2020 e 2021.
Como efeito comparativo, a China comprou 24 bilhões de dólares em produtos agrícolas norte-americanos em 2017, antes do início da disputa comercial. Portanto, o volume das compras adicionais pode ser considerado significativo, o que permitirá a redução do gigantesco déficit comercial dos Estados Unidos com a China.
A china também se comprometeu em aumentar a compra de produtos manufaturados e realizar mais negócios no segmento de energia e serviços norte-americano, porém não houve divulgação de números adicionais.
O comprometimento americano
Os Estados Unidos, por outro lado, se comprometeu a suspender tarifas sobre produtos da China que estavam programadas para entrar em vigor no dia 15/12/2019. Além disso, os norte-americanos deverão reduzir tarifas de outros produtos chineses que já estavam sendo praticadas na guerra comercial.
A primeira fase do acordo comercial
A expectativa dos chineses e norte-americanos é que o texto do acordo será assinado na primeira semana do mês de janeiro do próximo ano.
Líderes políticos de ambos os lados comemoraram o acordo da fase um, o que transmite a sensação de que, desta vez, haverá avanço, restando apenas detalhes técnicos para inserir no documento a ser assinado em janeiro.
O Representante do Comércio dos Estados Unidos ressaltou em comunicado que o acordo comercial desta última sexta-feira abrange alguns pontos relacionados à propriedade intelectual e transferência de tecnologia, entretanto, especula-se no mercado que avanços mais concretos nestes temas deverão ocorrer somente na fase dois.
Em relação à propriedade intelectual
Nenhum dos dois lados deu detalhes sobre possíveis acordos que protegem a propriedade intelectual, o que reforça a expectativa de que o tema ainda está em discussão na mesa. O tema é espinhoso, pois há muitas evidências de que empresas chinesas copiaram tecnologia estrangeira sem permissão ou pagamento.
As empresas estrangeiras instaladas na China também relatam com certa frequência serem obrigadas a compartilhar tecnologia avançada para conseguir fazer negócios no país asiático. Os Estados Unidos, bem como vários outros países que possuem multinacionais na China, reclamam da postura considerada injusta dos chineses há vários anos.
Até porque, o tratamento não é recíproco. As multinacionais chinesas instaladas em outros países não são obrigadas a transferir tecnologia para fazerem negócios.
Em várias situações, os avanços da tecnologia podem superar desafios econômicos.
A dificuldade de evolução na questão da propriedade intelectual é amplamente clara e mais complexa, por conta disso especula-se que o tema deverá ser discutido com maior intensidade na fase dois do acordo comercial.
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