O desembarque de uma grande delegação chinesa de alto nível na tarde desta última segunda-feira em Washington, nos Estados Unidos, mostrou ao mercado que a fase 1 do acordo comercial entre chineses e norte-americanos está realmente concluída, restando apenas estourar o champanhe amanhã, 15 de janeiro, data agendada para a assinatura e divulgação oficial do texto.
Desconfiança do mercado
Alguns players de mercado ainda desconfiavam do sucesso na fase 1 do acordo comercial, tendo em vista os atritos significativos ocorridos nos últimos anos entre ambas as partes. Há alguns meses, um acordo comercial entre Estados Unidos e China era considerado como improvável no mercado, tamanho o nível de tensão.
Somos rivais, não inimigos!?
Ao contrário do que alguns imaginavam, a fase 1 do acordo comercial não será nada desprezível. Prova disso está no movimento incomum realizado na noite desta última segunda-feira, quando o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos decidiu não designar mais a China como manipuladora de moeda de câmbio.
O relatório do Departamento do Tesouro publicado no dia 13 de janeiro de 2020 reverte uma conclusão antiga, que afetava não somente a China, como todo o mercado financeiro mundial.
O Tesouro norte-americano agora considera que os chineses assumiram compromissos exequíveis para evitar desvalorização competitiva, além de terem concordado em publicar dados relevantes sobre taxas de câmbio e saldos externos.
A decisão do Departamento do Tesouro ocorreu justamente horas depois da chegada da delegação chinesa para assinatura do acordo no próximo dia 15 de janeiro. Este importante gesto pode ser considerado um movimento relevante de boa receptividade aos chineses, e que possivelmente faz parte do que foi acordado entre ambas as partes nas longas negociações dos últimos meses.
Tudo tranquilo
O clima em Wall Street é muito positivo, em ritmo de celebração da fase 1 do acordo comercial. Nem mesmo a instabilidade geopolítica com o Irã foi capaz de sacudir os principais índices acionários.
Dow Jones se aproxima de impressionantes 29.000 pontos, patamar nunca registrado na história. Nasdaq opera também na máxima, ao redor dos 9.200 pontos. O índice S&P500 se aproxima dos 3.300 pontos, também novo recorde histórico.
Ponto para Trump
Inegavelmente o acordo comercial com a China é mais uma vitória para o polêmico presidente norte-americano. Desde a vitória de Donald Trump, o índice S&P500 subiu mais de 50%, acumulando forte desempenho, principalmente para um mercado bullish já maturado, desde 2009.
Os reflexos da boa gestão Trump não são visíveis apenas pelos desempenhos dos ativos de risco no mercado financeiro norte-americano, mas também na economia real. Movendo-se contra as projeções pessimistas, Trump foi ousado ao enfrentar os chineses impondo um jogo duro e perigoso.
O acordo comercial e a inflação americana
A batalha comercial com a China chega ao fim sem ter causado qualquer impacto à inflação (continua operando levemente abaixo do centro da meta), nem à taxa de desemprego (a mais baixa dos últimos quase 50 anos), nem ao PIB (crescimento se mantém em ritmo moderado acima dos 2%).
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