Na quarta-feira da semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um megapacote de investimentos no setor de infraestrutura que pode envolver cerca de 2,25 trilhões de dólares.
Este é mais um dos planos ousados propostos por Biden durante a campanha eleitoral. Um dos objetivos centrais deste megaprojeto é criar milhões de novos empregos nos Estados Unidos, além de acelerar o processo de recuperação econômica nos próximos anos.
Megapacote de Biden
Apelidado de American Jobs Plan, a forte geração de empregos está focada no setor industrial e de energia limpa. Caso o plano obtenha sucesso, será o maior investimento para criação de empregos nos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial.
Este megapacote surge apenas algumas semanas após Joe Biden conseguir aprovação no Congresso para um pacote de estímulo econômico sem precedentes na história, que alcançará a cifra de 1,9 trilhão de dólares, onde parte dos recursos já está chegando a todas as famílias de baixa e média renda.
Caso o Congresso, de maioria democrata, aprove o megapacote de infraestrutura de Biden, as significativas obras em infraestrutura poderão alavancar ainda mais a força da economia norte-americana no longo prazo, criando uma posição de competição direta com a China. A avaliação do presidente dos Estados Unidos é de que a liderança de maior economia do planeta será mantida com este plano ambicioso.
Expansão da atividade industrial acelera no primeiro trimestre
Como Biden vai sustentar o plano
Para bancar os custos do megapacote, o governo dos Estados Unidos propõe uma medida polêmica para aumentar de 21% para 28% a carga tributária corporativa. Importante ressaltar que a carga tributária para as empresas sofreu corte significativo de 38% para 21% no governo Trump, numa medida que acabou beneficiando mais as grandes empresas em detrimento dos pequenos e médios negócios.
No plano de Biden, o cidadão americano que tiver uma renda inferior a 400.000 dólares por ano não sofrerá com o aumento de impostos do governo, o que revela que a estratégia para acelerar o crescimento sustentado no médio/longo prazo será impulsionada pelas pequenas e médias empresas.
Acordo com G20
Paralelo ao plano de Biden, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que irá trabalhar com todas as lideranças do G20 para alcançar um acordo sobre a cobrança mínima de imposto global para grandes empresas. Desta forma, não haveria incentivo fiscal para as empresas migrarem dos Estados Unidos para outro país e vice-versa.
Caso uma alíquota mínima de imposto corporativo global seja aprovada, acabaria com mais de 30 anos de guerra tributária, nivelando as condições para que as empresas possam focar em inovação e não mais em atalhos fiscais.