No dia 13 de julho, a gestora brasileira de criptoativos Hashdex anunciou seu segundo fundo cripto. É o ETF Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference Price Fundo de Índice (BITH11).
Esse produto tem como objetivo replicar um fundo que neutraliza as emissões de carbono geradas pela mineração do bitcoin (BTC) — processo que consiste na aplicação de recursos computacionais à rede a fim de garantir sua segurança e obter recompensas pela tarefa.
Impactos Ambientais do Bitcoin
Primeiramente, vale ressaltar que já há algum tempo que está se discutindo sobre os impactos ambientais decorrentes do consumo de energia da mineração do Bitcoin.
O debate chegou ao seu ápice alguns meses atrás quando Elon Musk falou que a Tesla não iria mais aceitar bitcoins como forma de pagamento. O CEO da Tesla tomou tal decisão devido ao enorme consumo de energia “poluente” do Bitcoin.
O grande consumo de energia do Bitcoin é decorrente do processo de mineração. Ou seja, quanto maior o consumo de energia, mais segura a um ataque externo se torna a rede. A maior vulnerabilidade do Bitcoin é o famoso ataque de 51%, onde o atacante possui 51% da capacidade de processamento (e de energia elétrica) do restante da rede.
Mais energia que muito país
Atualmente, o Bitcoin consome mais energia do que diversos países. E é justamente esse o tipo de segurança que uma moeda global precisa: deve ser resistente a um ataque de escala continental.
Saiba mais sobre o HASH11: o primeiro ETF de criptomoedas do Brasil
“Bitcoin Verde”
Para atrair e acalmar os ânimos de possíveis investidores em bitcoin que se preocupam com o meio ambiente — e não querem ter o trabalho de gerenciar seus próprios ativos ou não sabem por onde começar —, a gestora decidiu apresentar BITH11, que possui 100% de exposição a esse “bitcoin verde”.
O ETF da Hashdex irá buscar neutralizar as emissões de carbono decorrentes do investimento em Bitcoin. Dessa forma, arcando com a aquisição de créditos de carbono e investimentos em projetos neutralizadores.
Dessa forma, ao comprar bitcoin através de um fundo como esse, você estará investindo em projetos que reduzem a emissão de carbono. Ao mesmo tempo você investe em bitcoin.
“Entendemos que o bitcoin pode contribuir muito para incentivar o uso de energia limpa ao redor do mundo. Queremos antecipar esse movimento e oferecer ao investidor um produto que estimule o potencial sustentável deste ativo” afirma Roberta Antunes, Chief of Growth da Hashdex, em comunicado de imprensa compartilhado com o Crypto Times.
“Para nos ajudar, contamos com o apoio da empresa alemã Crypto Carbon Ratings Institute (CCRI), provedora de uma metodologia globalmente reconhecida para cálculo de emissão de carbono em redes blockchain”.
Diferenças entre comprar Bitcoin diretamente e um ETF BITH11
Um ETF é uma ferramenta fantástica para investir. Contudo, devemos sempre levar em consideração as principais diferenças entre comprar Bitcoin diretamente e investir em um ETF.
O primeiro fato que devemos considerar é que ao comprar bitcoin diretamente, você é quem faz a custódia do seu dinheiro, sem nenhum intermediário. Isso tem muitos aspectos positivos, entre os quais:
Seu bitcoin não pode ser confiscado ou ter o acesso bloqueado. Além disso, você pode transferir seu bitcoin para qualquer pessoa, em qualquer lugar do planeta a uma taxa baixa.
Liquidez.
Você pode levar com você para qualquer lugar que você for.
Contudo, ao comprar bitcoin diretamente, você é responsável pela segurança do mesmo e é necessário um conhecimento mínimo sobre como usar as chaves privadas.
Ao comprar um ETF você tem muitas comodidades. No entanto, você perde os benefícios citados acima, pois quem faz a custódia do seu ativo é o gestor do fundo. Todavia, sempre é bom analisar os custos e os benefícios ao escolher como fazer o seu investimento.
Detalhes da oferta
O cronograma prevê que o BITH11 seja lançado na B3 em 5 de agosto.
O período de reserva do ETF ocorre até o dia 30 de julho e a previsão é que o ETF seja listado na B3 no dia 5 de agosto.
XP Investimentos será um dos coordenadores da oferta do novo ETF.
O custo da taxa de administração será de 1%, com aplicação a partir de R$ 50,00. Não há um limite máximo para a captação, mas a Hashdex visa alcançar valores similares aos registrados em março, quando HASH11, o primeiro ETF de cripto do Brasil, foi lançado na B3.
Objetivo do BITH11
O fundo busca retornos de investimentos que correspondam de forma geral à performance em Reais (R$), antes de taxas e despesas, do Nasdaq Bitcoin Reference Price (“NQBTC” ou “Índice”), que foi desenvolvido pela Nasdaq para fornecer em tempo real o preço de referência do Bitcoin.
Política de investimento do BITH11
Para atingir seu objetivo, o fundo investirá no mínimo 95% de seu patrimônio em cotas do fundo de índice alvo, o Hashdex Nasdaq Bitcoin ETF que, por sua vez, investe em ativos financeiros emitidos e/ou negociados no exterior, em particular, Bitcoin ou em posições compradas no mercado futuro, de modo a refletir de modo geral a performance do NQBTC.
Público-alvo
O fundo é destinado a investidores em geral que aceitem os riscos inerentes ao investimento e busquem rentabilidade condizente com o objetivo do fundo. Portanto, investidor não residente decidir investir no fundo, o mesmo deverá avaliar a adequação da aquisição das cotas do fundo à legislação aplicável em sua jurisdição.
Sendo assim, você pode conferir mais informações sobre o BITH11 no site da gestora, além da documentação disponível referente ao regulamento, à metodologia e aos fatores de risco do fundo.