Em reunião de emergência realizada nesta sexta-feira, fora do calendário de encontros do Comitê de Política Monetária, o BoJ tomou mais uma decisão de política monetária inédita.
Programa de empréstimos do Boj
A autoridade monetária japonesa apresentou um programa de empréstimos a pequenas e médias empresas, com o objetivo de injetar cerca de 280 bilhões de dólares no caixa destas empresas. A medida é mais uma das várias ações já tomadas para reanimar a economia e impedir um mergulho ainda maior no quadro recessivo.
Nesta reunião de emergência, também ficou decidido a prorrogação por mais seis meses de uma série de medidas de incentivos anunciadas na última reunião do Comitê de Política Monetária. O pacote de medidas do BoJ para combater a guerra econômica imposta pelo coronavírus já alcança 75 trilhões de ienes, o que representa cerca de 697 bilhões de dólares a serem injetados no sistema.
O novo programa de empréstimos anunciado emergencialmente nesta sexta-feira vai inserir 30 trilhões de ienes (cerca de 279 bilhões de dólares) ao caixa dos bancos comerciais. O recurso deverá ser estritamente redirecionado pelos bancos japoneses à operações de crédito para pequenas e médias empresas.
Incentivo aos bancos
Além de injetar o dinheiro nos bancos comerciais, o BoJ também vai pagar uma taxa de juros de 0,1% às instituições financeiras que ampliarem seus empréstimos as pequenas e médias empresas. Em outras palavras, além de os bancos receberam dinheiro do BoJ, vão começar a receber também juros pelo simples fato de estarem concedendo empréstimos.
O Banco Central do Japão também prorrogou até março de 2021 um outro alívio emergencial à economia anunciado no mês de março. Entre as medidas anunciadas anteriormente, destaque para aceleração nos programas de compras de títulos corporativos, papéis comerciais e operações de empréstimo a juros zero já fechados pelos bancos comerciais.
Quantitative easing do BoJ
Além disso, o BoJ mantém seus programas de quantitative easing, iniciados há quase 20 anos, que desde 2008 estão se tornando cada vez mais robustos. Atualmente, o Banco Central do Japão compra títulos da dívida pública e privada, ações, ETFs, entre outros. É o principal player comprador do mercado financeiro local.
Na política monetária, o BoJ mantém sua meta de juros de curto prazo negativa, em -0,1% e meta de juros zero nos rendimentos dos títulos do tesouro japonês de 10 anos em zero.

Uma das metas mais ousadas para a política monetária moderna (juros futuros zero na ponta longa) tem funcionado no Japão há alguns anos. Conforme pode-se constatar no gráfico acima, a taxa de juros do título da dívida do governo japonês com vencimento em 10 anos está oscilando em torno da meta de rendimento zero do BoJ desde 2016.
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