O boletim Focus emitido pelo Banco Central nesta última segunda-feira (18) revelou mais uma alteração importante na mediana das projeções dos principais economistas, analistas e players de mercado.
Com 2019 se aproximando do fim sem apresentar surpresas macroeconômicas, as estimativas de inflação, PIB (Produto Interno Bruto), câmbio e taxa básica de juros foram basicamente mantidas.
Previsão do boletim Focus
Segundo o Focus, o IPCA deste ano deverá fechar bem abaixo do centro da meta, aos 3,33% ao ano. A meta de inflação deste ano a ser perseguida pelo Banco Central é de 4,25% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo e para cima (ou seja, banda inferior de tolerância em 2,75% e banda superior de tolerância em 5,75%).
Expectativa do Governo para os próximos anos
Para 2020, a meta de inflação a ser perseguida pelo Banco Central será de 4% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo e para cima (de 2,50% e 5,50%).Para 2021 e 2022, a meta de inflação está definida em 3,75% e 3,50%, respectivamente, mantendo a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A taxa Selic tende encerrar o ano de 2019 aos 4,50%, conforme expectativa do próprio Banco Central emitida no último Comitê de Política Monetária. Entretanto, para 2020, a mediana para a taxa Selic relevada no Boletim Focus desta semana revela alteração na projeção de 4,50% para 4,25%.
A autoridade monetária ainda não revelou de forma clara e convincente os próximos passos da política monetária a serem implementados a partir do mês de janeiro/2020, entretanto, diante de um quadro tão favorável de inflação muito baixa (e distante do centro da meta), os agentes no mercado começam antecipar eventuais novos cortes na taxa Selic.
Projeção do TOP 5 do Boletim Focus
A projeção do grupo de entrevistados pelo Banco Central que mais acertam as previsões para a taxa Selic no final de 2020 é ainda menor, de 4% ao ano. O mesmo TOP 5 também espera uma inflação de 3,55% no final de 2020. Já a mediana geral do Boletim Focus projeta inflação de 3,60% no ano que vem.
O cenário de manutenção da inflação muito baixa e distante do centro da meta é um fenômeno sem precedentes no Brasil, principalmente por conta do processo de retomada do crescimento em curso, conforme sinalizado pelo Índice Gerente de Compras e já incorporado pelo mercado
A estimativa do Boletim Focus para o PIB brasileiro sobe de 0,92% em 2019 para 2,17% em 2020. Confira o conteúdo sobre a reação da indústria brasileira clicando aqui!
A retomada do crescimento
Com manutenção da inflação em níveis historicamente baixos, é um fenômeno surpreendente, que já atinge a alguns anos várias economias desenvolvidas e emergentes.
Esta nova dinâmica macroeconômica observada a nível global tem reforçado novas teses de economistas e analistas para justificar o fenômeno da inflação persistentemente baixa, mesmo em cenários de crescimento ou retomada do crescimento. Destaque para o famoso “efeito Amazon” ou simplesmente nas mudanças provocadas pelo avanço da tecnologia.
A retomada
Considerando os importantes números do Boletim Focus, o Brasil parece estar definitivamente inserido nesta nova dinâmica global. Dessa forma, com a retomada do crescimento combinada com taxa básica de juros afundando, mais inflação estável e abaixo do centro da meta, é uma receita que os brasileiros nunca experimentaram na história.
Caso as expectativas do Boletim Focus se mostrarem acertadas, o Brasil tende a reforçar ainda mais o cenário de melhora considerável no ambiente de negócios para uma boa fase de crescimento sustentado de médio/longo prazo na economia, já que conta com o suporte das reformas estruturais extremamente relevantes já aprovadas e outras que ainda poderão surgir no futuro próximo.
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