Você sabe o que é um CDB? Os Certificados de Depósito Bancário ou CDB são um dos mais famosos e populares títulos de renda fixa existentes. Eles estão disponíveis na maioria dos bancos e, por conta dessa facilidade, acabam sendo uma das primeiras opções para quem quer migrar o dinheiro da poupança para uma opção que seja mais rentável.
Quer saber mais?
Preparamos este guia para desmiuçar o funcionamento do CDB para que ao final da leitura você esteja capacitado para escolher a melhor opção para seu objetivo e perfil de investidor.
O que é o CDB?
Se você já investiu no Tesouro Direto ou em um título de crédito privado, sabe que quem compra os títulos públicos, na prática, “empresta” dinheiro para o governo fazer a máquina pública girar. Quem investe em títulos de crédito privado (debênture, CRI, CRA) empresta recursos para uma empresa realizar seus projetos. Analogamente, quem compra CDBs empresta dinheiro para os bancos financiarem suas atividades de crédito.
Os bancos captam dinheiro com os CDBs oferecendo em troca uma remuneração ao investidor por um determinado período. Uma vez captados os recursos, essas instituições concedem empréstimos a outras pessoas. Só ficam de fora os valores que os bancos são obrigados a recolher como depósito compulsório junto ao Banco Central, valor este que varia conforme o cenário econômico do país.
O depósito serve justamente como um instrumento de política monetária para que o governo consiga controlar o dinheiro em circulação.
E como o CDB rende?
Na verdade, não tem uma resposta precisa para essa pergunta, isso porque existem vários tipos de remuneração para esse ativo e cada um possui uma característica bem particular. Assim sendo, trouxe os 3 modelos mais populares[1] (Caso você precise se familiarizar com os termos, aconselho visitar o meu artigo sobre tesouro direto, onde explico o funcionamento detalhado das 3 taxas mais usadas no mercado financeiro.
CDB pré-fixado
Nesse tipo de aplicação, o investidor consegue calcular exatamente a remuneração em reais que obterá até o vencimento do papel. Neste caso a taxa de juros é definida e informada desde o momento da aplicação. Um CDB prefixado com taxa de 8% ao ano, por exemplo, oferecerá exatamente essa remuneração até o seu respectivo vencimento. Esse tipo de remuneração seria mais voltado para quem precisará exatamente de um recurso específico, para a compra de um apartamento ou carro, por exemplo. como por exemplo a compra de um apartamento ou novo carro!
CDB pós-fixado
Maior presença no mercado. O investidor sabe que indicador servirá de referência para a rentabilidade do papel também desde o momento da aplicação. Mas não é possível ter certeza de qual será o retorno uma vez que o balizador pode sofrer alterações no meio do caminho.
É o de maior presença no mercado. O investido sabe, assim como o pré-fixado, o indicador de referência para a rentabilidade no momento da aplicação. Entretanto não é possível ter certeza de qual será o retorno, uma vez que o indexador pode sofrer alterações no meio do caminho.
Como abordado em outros posts, o CDI é o principal indexador dos CDBs pós-fixados. De forma geral, a remuneração de um papel desse tipo é apresentada como um percentual do CDI. Em um CDB com remuneração de 100% do CDI ao ano, por exemplo, o investidor vai ganhar 100% do que render o CDI ao longo de um ano. A mesma lógica funciona para um papel que pague 80% ou 120% do CDI.
CDB atrelado à inflação
A remuneração destes papéis mescla as duas estruturas que vimos anteriormente. Temos então que o CDB fornece uma parte da rentabilidade prédefinida (5% ao ano, digamos) e outra pós fixada (geralmente pela variação da inflação medida pelo IPCA ou pelo IGP-M).
Esse tipo de CBD é ideal para as pessoas que pensam no longo prazo, visto que o ganho estará sendo corrigido pela inflação. Pessoas que planejam uma aposentadoria ou uma formação de patrimônio de longo prazo utilizam esse CDB.
Imposto de Renda
Seguindo os padrões da tabela regressiva de renda fixa, o investidor paga Imposto de Renda e segue as alíquotas entre 22,5% sobre a rentabilidade para investimentos de até seis meses e pode ir até 15% sobre a rentabilidade para investimentos mantidos por mais de dois anos, como mostra a tabela:
Além do IR tem a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que, incide apenas sobre as aplicações resgatadas em menos de 30 dias. Nesses casos, a alíquota pode variar entre 3% e 96% da rentabilidade. O IOF também diminui com o tempo de investimento. O IR será descontado da rentabilidade líquida da cobrança do IOF se e somente se o resgate ocorrer antes do tempo prescrito
Liquidez
E caso necessário, consigo realizar o resgate antes do vencimento? Antes de tudo precisamos entender a diferença entre algumas possibilidades: liquidez diária; liquidez na carência e liquidez no vencimento.
Os CDBs são ativos com data de vencimento. Significa que as condições acertadas na aplicação, como a rentabilidade por exemplo, são garantidas até uma determinada data quando o dinheiro volta para a conta corrente do investidor. Todavia, tendo uma data de vencimento, muitos CDBs oferecem liquidez diária ou em um período anterior ao vencimento, apesar de que essa segunda modalidade não é tão comum assim. Portanto, é possível resgatá-los mesmo antes do prazo final.
Existem CDBs com prazos de liquidez bem distintos. É possível encontrar papéis de curto prazo, resgatados a partir de seis meses ou um ano e há também CDBs longos, com vencimento a partir de dois anos e podendo chegar a cinco ou mais. Esses são indicados para quem está poupando com vistas ao longo prazo.
Caso seja necessário um resgate antecipado, isto é, resgatar um CDB sem carência ou liquidez diária antes do seu vencimento, a alternativa é negociar o CDB no mercado secundário, vendendo o papel diretamente a outros investidores. Nesse caso, o negócio é fechado a preços de mercado que podem sofrer alterações ao que foi pago no momento da aplicação. Não há uma garantia de que a remuneração acertada será obtida e muito depende também da instituição que o investidor se encontra.
Conclusão
O maior risco de investir em um CDB é o risco de crédito. Ele representa a chance de a instituição financeira que emitiu o papel ter problemas de caixa e acabar “dando um calote” nos investidores. Vale a pena pesquisar sobre a reputação e a solidez financeira do emissor antes de aplicar em um CDB.
De toda forma, ele tem uma ótima vantagem: São cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Esse fundo é uma espécie de “seguro” que devolve até R$ 250 mil do valor aplicado pelo investidor por instituição financeira se ela quebrar e pode chegar até R$ 1 milhão por CPF. Assim sendo, o cliente pode ter até um total de R$250 mil com 4 emissores diferentes que estará 100% protegido caso todas venham a falir.
Existem muitas opções de CDBs com liquidez diária, o que é importante para quem acha que pode precisar do dinheiro ante do vencimento. A desvantagem é que nem sempre esses papéis oferecem uma remuneração interessante. Para conseguir taxas melhores, quase sempre é preciso abrir mão da liquidez ou encarar um nível maior de risco.
Como podemos ver existem muitas possibilidades frente a essa modalidade de investimento. Ele pode ser uma fonte da sua reserva de emergência, uma possível entrada para adquirir um bem no médio e longo prazo e até mesmo uma parte para sua aposentadoria, uma vez que conseguimos taxas híbridas como o IPCA+X%. É importante antes de verificar a rentabilidade do CDB, se ele se compromete a atender suas necessidades e expectativas.
Converse com um assessor de investimentos e invista nos melhores CDBs do mercado financeiro!