Indiscutivelmente, nós brasileiros, somos apaixonados por futebol e sabemos muito bem que um time vencedor começa com a escalação de um bom goleiro – afinal, não é a toa que ele carrega a camisa de número 1. Certo, e o que isso tem a ver com a minha carteira de investimentos?
Começando pelo número 1, o goleiro
O goleiro, em analogia ao mundo do mercado financeiro, corresponde aquele valor de reserva de emergência, que você tem acesso imediato e que, além de te deixar despreocupado em caso de um imprevisto, também não o pressionaria a resgatar outros investimentos quando, eventualmente, eles não estiverem desempenhando bem naquele momento como se fosse aquele jogador que em uma partida específica ainda não entrou no ritmo de jogo.
E, caso não tenha ainda uma outra fonte de poupança (qualquer outro investimento), evitaria tomar um empréstimo, que mesmo de curto prazo, custaria caro. Assim, a característica do goleiro é a disponibilidade imediata dos recursos, ou seja, alta liquidez (diária).
Não se preocupe se você não sabe o que é liquidez, esse conceito será abordado mais abaixo.
Os atacantes – Ações
Obviamente, o goleiro não tem a função de fazer gols. Espera aí, como não? Já vimos diversos goleiros fazendo lindos gols de pênaltis e cobrando faltas (conhecidos como goleiros-artilheiros). OK, claro que há situações bastante particulares em que o goleiro ou a reserva de emergência (mesmo não tendo uma rentabilidade alta como outros ativos) marque golaços.
Exemplo disso, são os períodos de crises cujos atacantes, ou metaforicamente, as ações, não cumprem a sua função característica que é balançar a rede e comemorar a vitória no fim da partida ou trazer o “caneco” no fim do campeonato.
Mais um motivo para escalar bem o goleiro. Isso mesmo, ação é um tipo de investimento cuja função é movimentar o placar da partida e, de maneira geral, não espere que ela defenda a equipe em situações em que time passa por um momento de se defender. Tal como não se espera que um goleiro seja artilheiro de um campeonato, seria algo anormal que um atacante batesse o recorde de bolas roubadas.
A dinâmica do jogo – a liquidez
Por hora, comentamos sobre os dois extremos do time, primeiro o goleiro e depois os atacantes.
Mas e os demais?
Zagueiros, volantes, meias, a quais tipos de ativos financeiros corresponderiam? Antes de falarmos deles, é importante conceituar uma máxima do mercado financeiro que é a relação risco x retorno (relação similar a custo x benefício que avaliamos em todas as decisões que tomamos).
Mais risco, mais retorno
Em teoria, ativos financeiros com alto risco deveriam entregar alto retorno, enquanto o contrário é verdadeiro também (baixo risco corresponde a baixo retorno). Nesse nosso exercício, um goleiro seria um ativo de baixíssimo risco e baixo retorno.
Por outro lado, a ação é um ativo de alto risco, mas tem a característica de proporcionar altos retornos (marcar gols). Esses dois extremos nos remetem a outro parâmetro indispensável para escalar uma carteira de investimentos vencedora, que é a liquidez. Ela contempla a essência de uma escalação equilibrada fazendo com que, entre o goleiro e os atacantes haja uma evolução da relação risco x retorno gradual e estratégica.
O goleiro ou o caixa disponível possui alta liquidez já que possui a característica de adquirir qualquer outro ativo e de forma imediata. No outro extremo, a liquidez da ação é muito baixa.
Atenção
Não é pelo simples fato de que o preço da ação varie muitas vezes por minuto durante o pregão da bolsa que ela é líquida. Exemplificando: imagine uma ação comprada a R$ 10,00 hoje. Daqui uma semana (ou as vezes em alguns minutos) ela pode estar precificada a R$ 8,00 (perda de 20%), porém, na semana seguinte, poderia valer R$ 15,00 (ganho de 50%).
Certamente, ao comprar essa ação hoje, ninguém gostaria de vendê-la na próxima semana quando estivesse precificada a R$ 8,00. Ou seja, mesmo podendo vendê-la durante todo o período de negociação da bolsa, nem sempre é conveniente fazê-lo.
Esse exemplo destaca que além de poder ser negociada (comprada ou vendida) rapidamente com alguns cliques ou até mesmo pelo smartphone, nem sempre o é pelo preço justo; conceituando, pois, essa característica indispensável para uma boa escalação que é a liquidez.
Aproveitando o momento, o termo “risco”, aqui utilizado, deve ser associado a oscilação do preço do ativo financeiro (ou também chamado de volatilidade).
E o meio campo?
Voltando a escalação, os zagueiros seriam ativos financeiros classificados como renda fixa. Podemos escalar neste caso, títulos do tesouro (com exceção do Tesouro SELIC – LFT – que poderia fazer a função de goleiro), Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e também alguns fundos com pequenos prazos de carência (no geral em poucos meses).
Para a função de volante poderiam ser escalados fundos de renda fixa, multimercados mais conservativos, cambiais e ouro. Esses dois últimos como uma estratégia particular de desarmar os contra ataques do adversário, ou seja, em ocasiões de incerteza doméstica, ativos ou moeda externos e ouro podem minimizar perdas e até mesmo promover uma nova ofensiva.
Para a função de criação do seu time (carteira de investimentos), os meias poderiam ser fundos imobiliários, fundos multimercados mais agressivos e por que não aquele meia “pra frente”, o famoso centroavante, que pode corresponder a um fundo de ações.

Estratégia de jogo da sua carteira de investimentos
Perceba que o time pode ter uma estratégia de jogo mais defensiva ou mais ofensiva não somente definindo o peso que se dá em cada setor do campo, mas também na escolha em si de cada jogador. Compare entre si seus três atacantes preferidos e veja quantas habilidades distintas eles tem; são várias, mesmo sendo atacantes.
Se quiser, faça o mesmo exercício para as demais posições.
Concordo, não é um exercício tão fácil devido a grande quantidade de ativos (jogadores) dentro da mesma classe de investimento. Esses jogadores também devem escalados de acordo com a estratégia de jogo, o que complica um pouco mais. No mercado financeiro este universo de possibilidades pode ser entendido como diversificação. Mesmo assim, o propósito aqui é, como dito inicialmente, é de dar o pontapé inicial para quem está querendo montar um time vencedor.
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Peça ajuda ao auxiliar técnico
Lembrando que, por melhor que seja o técnico, a medida que o campeonato se torna mais competitivo, raras vezes a escalação é feita sozinha, justificando o apoio de uma comissão técnica para auxiliá-lo. Um dos integrantes dessa comissão, o Assessor de Investimentos corresponde ao interlocutor mais próximo ao técnico, cuja função não se restringe apenas em auxiliá-lo na escalação de cada partida, mas também nas alterações durante todo o campeonato por meio do filtro das informações relevantes e leitura de cenário interno e externo.
No mais, comece pelo goleiro, diversifique entre as posições do campo e entre os funções, e lembre-se da estratégia, defensiva ou conservativa, ofensiva ou arrojada ou outra.
Mas jamais se esqueça da liquidez e da relação risco x retorno dos ativos que, consequentemente comporão estes mesmos parâmetros de maneira global, do seu time ou sua carteira de investimentos.