O COPOM, Comitê de política monetária do Banco Central, definiu em reunião nesta quarta feira, dia 31 de Julho, um novo corte na taxa básica de juros da economia do Brasil, a SELIC.
O corte de 0.5% veio alinhado às expectativas do mercado e investidores, confirmando a caminhada rumo a 5.50% para o final de 2019, consenso hoje projetado pelo Boletim FOCUS. A taxa em 6% é a menor da história do real.
Em post anterior aqui no blog, na segunda feira 29 de julho, explicamos como as expectativas de condução das taxas de juros influenciam os investimentos renda fixa, bem como em ativos com dupla identidade quanto à volatilidades, como o Tesouro Direto.
No mercado de renda variável, sobretudo nos ativos negociados em bolsa, podemos ver uma relação inversamente proporcional entre os preços dos ativos e a variação da taxa de juros, no médio e longo prazo. Esse comportamento análogo ao Tesouro Direto, acontece por motivos similares mas com intensidade diferente.
Dois são os principais motivos que parecem explicar esse comportamento inversamente proporcional:
O primeiro é mais simples e de curto prazo, oriundo de uma alteração na alocação de capital. Tanto investidores pessoa física, quanto os investidores institucionais (fundos de investimentos, fundos de pensão, hedge funds…) ao se depararem com menores retornos em renda fixa, consequentes da manutenção de uma baixa taxa básica de juros, aumentam o nível de volatilidade de suas carteiras. Assim, migram parte de seu capital para renda variável, na tentativa de maximizar a rentabilidade de seu portfólio.
O segundo é por expectativa de crescimento econômico. Sabemos que o principal condutor da variação do preço das ações de uma empresa é sua expectativa de lucratividade trimestral futura, mais importante até do que o lucro atual da companhia. Isso explica, em partes, o recente desempenho positivo no mercado de capitais e sobretudo na Bolsa de Valores, mesmo que não tenhamos indicadores positivos na economia real (produtiva).
Uma política monetária expansiva (estimulada por baixas taxas de juros) pode ajudar a retomada dos investimentos pela diminuição do custo de capital e da rolagem de dívidas das empresas. Outro motivo de uma propensão a estímulo econômico via queda na taxa de juros acontece pela racionalidade do investidor ao se deparar com menores retornos em investimentos com baixo risco, incentivando (teoricamente) o empresário a alocar o seu capital na economia produtiva, investindo em empresas, gerando empregos e FBKF (Formação Bruta de Capital Fixo).
A perspectiva do mercado para os próximos meses continua sendo de queda das taxas de juros, impactando positivamente os ativos de renda variável. Algo que poderá alterar esse cenário ou acentuar o movimento, é a dicotomia discrepante entre a valorização pós eleição da bolsa brasileira e o saldo líquido negativo do fluxo de capital estrangeiro. Os investidores estrangeiros são historicamente a maioria no volume de operações no mercado de capitais brasileiro. Mas este é um tema que será aprofundado em um post da próxima semana.
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