O renomado Fórum Econômico Mundial de Davos se inicia na próxima terça-feira, dia 22/01/2019, marcado por uma incomum escassez de líderes mundiais. Embora a organização tenha uma expectativa de que 3.000 líderes de empresas, governos e sociedade civil estejam presentes no evento, apenas três líderes do G7 estarão circulando pelo resort coberto de neve na semana que vem.
Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão, mais aliviado com a interrupção dos testes de mísseis na Coreia do Norte, Angela Merkel, chanceler alemã, com menos capital político desde as eleições, refletindo até mesmo numa atuação apática na negociação do Brexit e o premiê italiano, Giuseppe Conte, o atual fanfarrão do bloco europeu, estão com presença confirmada em Davos.
O presidente norte-americano Donald Trump, o rouba-cena da imprensa global, não estará presente no evento, jogando a culpa nos parlamentares democratas (oposição), por estarem forçando uma longa paralisação parcial do governo dos Estados Unidos. O líder francês, Emmanuel Macron, também descartou presença em Davos, já que os protestos recentes dos coletes amarelos estão sugando seu capital político e colocando em risco sua agenda de reformas. A premiê britânica, Theresa May, não estará presente em Davos. Esta última nem precisa apresentar justificativa, seu governo enfrenta uma das maiores crises institucionais do Reino Unido.
Não somente o G7 estará desfalcado este ano em Davos. Entre os BRICS, os líderes da Rússia e Índia já recusaram o convite para este ano. O líder chinês, Xi Jinping, também está fora, já que precisa de tempo e energia para administrar os preocupantes sinais de desaceleração do crescimento reforçados no final do ano passado, além de tentar amenizar a situação da balança comercial com os norte-americanos.
Os diversos problemas observados em economias desenvolvidas e emergentes já refletem no Relatório de Riscos Globais de 2019 do Fórum Econômico Mundial. O documento, reflexo de uma pesquisa com cerca de 1.000 especialistas de diferentes partes do mundo, adverte que a maior tendência ao nacionalismo na política está ameaçando o processo de globalização da economia mundial e adicionando pressão à desaceleração, em curso, do PIB mundial.
Num planeta com menos cooperação internacional, a capacidade para administrar crises econômicas de alto impacto cai drasticamente, o que pode provocar efeito colateral/contaminante para uma crise sistêmica, justamente no momento onde a carga da dívida global está assustadoramente elevada, em torno de 225% do PIB.
Se por um lado, o esvaziamento de Davos e a carga negativa que circula o evento antes mesmo de começar pode ser considerado um ponto negativo para o âmbito global, por outro lado, países que normalmente não conseguem atrair os holofotes dos estrangeiros ou são historicamente problemáticos, terão oportunidade de aparecer mais em Davos neste ano para se venderem.
Este é o caso do Brasil, que vai para Davos com o avião lotado. Os últimos acontecimentos no nosso país atraíram interesse internacional e muitos líderes e empresários estão no mínimo curiosos para conhecerem melhor a nova composição do governo. Tanto é que o presidente Jair Bolsonaro conseguiu o prestigiado posto de primeiro líder latino-americano a falar na sessão inaugural do Fórum Econômico Mundial.
A sessão de abertura é relevante, pois costuma dar o tom do evento durante todo o dia. O fórum será aberto na segunda-feira a noite, com o discurso de Bolsonaro sendo o principal do primeiro dia de debates, a ser realizado na terça-feira.
Com o Brasil ocupando uma rara posição de destaque em Davos, marcando presença com uma delegação de peso, as condições estão mais favoráveis para conseguirmos atrair atenção do mundo e, consequentemente, almejar novos negócios e destravar os investimentos.
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