Derivativos são contratos que possuem seu preço derivado de algum outro ativo físico (como a soja, o boi gordo e o café) ou financeiro (como índices e ações), em relação a um período futuro.
Dessa forma um derivativo possui uma cotação própria, um ativo com lastro e um prazo para vigorar. Caso estivéssemos falando de um derivativo do mercado de câmbio, por exemplo, este derivaria da cotação do dólar, assim o investidor não compraria a moeda em si, mas o direito à sua oscilação.
Um mundo de possibilidades se abre quando se domina o mercado de derivativos. Isso porque, além dos derivativos serem uma boa opção de rentabilidade, podem também proteger o investidor da volatilidade no mercado financeiro.
As operações de derivativos mais populares são: mercado a termo, mercado futuro, mercado de opções e swaps.
Mercado a termo:
O mercado a termo consiste em contratos de compra e venda firmados entre duas partes comprometidas em comprar e vender um ativo em uma data futura. A liquidação desse contrato pode acontecer de forma física (a entrega das sacas de soja por exemplo) ou por liquidação financeira, onde apenas é enviado o valor da diferença entre o preço do contrato a termo e o preço do ativo no momento da liquidação (à vista).
Para ilustrar uma operação de mercado a termo podemos imaginar um produtor de soja, que, para se proteger da queda do preço dessa commodity, decide se comprometer em vender sua safra em uma data futura. Dessa maneira, independente da oscilação de preço da soja no futuro ele sabe exatamente quanto irá receber. Em contra partida o comprador desse contrato sabe que não pagará nada a mais que o preço acertado, independente das oscilações do preço da soja na data da liquidação. O uso de um contrato a termo para proteção em relação a um determinado risco é chamado de Hedge.
Mercado futuro:
São contratos ou mini contratos (os quais possuem valor mais acessível) que podem ser comprados ou vendidos por um determinado valor em determinada data. No Brasil os produtos que podem ser negociados em contratos futuros são: o dólar, índice, soja, algodão, milho, café, boi gordo, entre outros.
A principal diferença entre o mercado a termo e o mercado futuro está na forma de liquidação. Enquanto a liquidação de um contrato a termo ocorre em sua totalidade no vencimento, no contrato futuro os compromissos são ajustados diariamente, assim o investidor pode vender o contrato antes da data de vencimento, fazendo com que essa modalidade de derivativo tenha maior liquidez. Além disso os contratos negociados no mercado futuro são mais padronizados e são negociados exclusivamente em bolsa.
Um ponto interessante do mercado futuro é que a Bolsa de Valores atua como contraparte entre os investidores, ou seja, se uma das partes não honrar com seu compromisso a bolsa garante a operação o que traz mais segurança nesse tipo de investimento.
Swaps
Um contrato de swap é um acordo em que dois investidores negociam a troca de rentabilidade entre dois ativos.
Na verdade, eles trocam fluxos de caixa entre si, a partir da lucratividade de um ativo em relação ao outro. O objetivo é reduzir riscos e melhorar a previsibilidade para os operadores. Considere o contrato de swap de ouro para o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro.
Se o valor do ouro for inferior à variação do Ibovespa na data do vencimento do contrato, quem comprar o Ibovespa e vender o ouro terá margem de lucro. Se a taxa de retorno do ouro for maior do que a variação do Ibovespa, quem compra ouro e vende o Ibovespa ganha a diferença.
Mercado de opções:
Opções são basicamente um contrato que dá ao seu titular o direito de comprar ou vender o ativo negociado em uma data futura a um preço previamente acertado. Por esse direito o comprador paga um montante chamado de prêmio e decide se quer ou não exercer o seu direito na data acertada.
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É semelhante a um contrato de seguro onde o detentor somente irá utilizá-lo se achar necessário.
O que será decisivo em uma operação no mercado de opções é o preço acordado na opção versus o preço no mercado à vista. Na data acertada, o detentor do direito de compra (titular) fará uma comparação entre o preço do ativo acertado no contrato de opção (considerando também o valor do prêmio pago) com o preço do ativo no mercado à vista.
Quando compramos um ativo, buscamos o menor preço, sendo assim, se o valor do ativo em negociação for menor que o valor negociado no contrato de opções, o investidor não exercerá seu direito de compra, pois haverá maior vantagem em comprar esse mesmo ativo no mercado à vista.
Vamos a um exemplo prático de derivativos:
Um investidor (titular) comprou uma opção de compra (call) desembolsando por esse direito um valor de R$ 2,00 (prêmio) e agora possui o direito de comprar determinada ação por R$ 40,00 no dia 20 de dezembro. Tendo isso em vista, chegado o dia 20 de dezembro a ação está custando no mercado à vista R$ 35,00 e o investidor deve decidir se irá comprar a ação por R$ 40,00 (direito adquirido na opção) ou não exercerá a opção e comprará a mesma ação no mercado à vista por R$ 35,00. Nesse caso o titular não exerce o direito de compra.
Em contra partida se o mesmo investidor, titular da mesma opção, se deparasse em 20 de dezembro com a ação cotada a R$ 45,00 no mercado à vista, ele optaria por exercer seu direito de comprar a ação por R$ 40,00 pois teria um lucro de R$ 3,00 por ação considerando o prêmio pago de R$ 2,00.
Possibilidades com derivativos
Existem inúmeras possibilidades de operações utilizando opções e essa modalidade de derivativo vem caindo cada vez mais no gosto do investidor. De acordo com a B3, os exercícios de opções sobre o índice Bovespa (Ibovespa) movimentou R$ 12,5 bilhões com 130,269 contratos negociados. Do volume de operações exercidas, R$ 9.131.482.000,00 referem-se a opções de compra e R$ 3.441.117.000,00 a opções de venda.
* Fonte: B3 12 agosto de 2020
Os derivativos oferecem boa oportunidade para os investidores que procuram diversificação e buscam obter uma maior rentabilidade. De todo modo, é sempre importante levar em consideração o seu perfil de investidor para não se expor a riscos desnecessários.
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