A semana começou positiva em várias praças financeiras mundiais devido ao surgimento de uma notícia inesperada. O temido processo de intensificação do movimento de desaceleração do crescimento chinês parece estar sob controle, ao menos no curto prazo, pelas autoridades locais.
O Índice Gerente de Compras da China saiu da zona de contração, aos 49,9 pontos registrados em fevereiro, para 50,8 pontos em março, voltando a sinalizar expansão da atividade manufatureira. Esse importante indicador foi considerado um grande alívio aos investidores/operadores, que temiam uma continuação do processo de contração da atividade industrial no país.
A pesquisa revelou que as fábricas contrataram mais trabalhadores pela primeira vez em mais de quatro anos, além de mostrar aumento nas novas encomendas, juntamente com o crescimento da produção. A virada no Índice Gerente de Compras da China deixa claro que, ao menos por enquanto, a economia está estabilizada, diminuindo o risco de novas surpresas negativas à frente.
A retomada do indicador para a zona de expansão é mero reflexo do contra-ataque proporcionado pelo governo chinês desde o ano passado, quando os sinais de desaceleração começaram a surgir com preocupação. Várias medidas de incentivo ao crédito e ao crescimento foram implementadas pelas autoridades locais desde então, provocando essa primeira reação na atividade industrial.
A recuperação do Índice Gerente de Compras da China veio num momento importante (eliminar eventuais focos de tensão no mercado), pois volta e meia os investidores/operadores precisam enxergar drivers positivos capazes de camuflar ou mesmo roubar a cena de um cenário negativo proporcionado pelas disputas comerciais mais acirradas, Brexit, desaceleração do crescimento global, banqueiros centrais em defensiva (“sabe-se lá porque”), etc.
O mercado ficou aliviado com um sinal positivo vindo da China, mas tende a cobrar resposta, futuramente, de outros dois importantes players: Estados Unidos e Europa. O Índice Gerente de Compras dos Estados Unidos segue em terreno de expansão da atividade industrial, mas voltou a perder ritmo de crescimento ao recuar de 53 pontos em fevereiro para 52,4 pontos em março.
Na Europa, a situação é mais grave. O Índice Gerente de Compras mergulhou de vez para o terreno de contração da atividade industrial, ao despencar do já considerado baixo 49,3 pontos em fevereiro para 47,5 pontos em março, alcançando o nível mais baixo dos últimos 6 anos.
O indicador é um sinal de alerta para toda Europa, que precisa fazer do Brexit um exemplo para que outros países membros não sigam pelo mesmo caminho, porém a situação econômica adversa abre uma fragilidade que não estava em jogo.
O BCE (Banco Central Europeu) já começou agir preventivamente, mudando a estratégia de sua política monetária. A alta da taxa básica de juros foi adiada para até 2020, no mínimo, e novas rodadas de empréstimos aos bancos deverão ocorrer na tentativa de reanimar o crescimento.
No Brasil, o Índice Gerente de Compras caiu de 53,4 pontos registrados em fevereiro para 52,8 pontos em março. O indicador segue mostrando expansão da atividade manufatureira, porém com recuo no ímpeto de crescimento, o que pode ser um primeiro sinal de indigestão dos empresários frente às dificuldades de articulação política observadas desde fevereiro.
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