Nem parece que os Estados Unidos estão no meio de uma guerra comercial que se arrasta por alguns anos. Os números da economia norte-americana continuam inabaláveis, mesmo com Donald Trump abrindo várias frentes de batalhas comerciais contra países asiáticos, europeus e americanos.
A surpresa do Payroll
O mercado se surpreendeu novamente na sexta-feira da semana passada com a última pesquisa do payroll (indicador mais importante do mercado de trabalho norte-americano). Os números revelaram que, em novembro, a criação de vagas de trabalho alcançou o maior aumento dos últimos dez meses.
Sendo assim, o relatório mensal do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos mostrou que foram criadas 266 mil novas vagas no mês passado, assim, com importante impulso do setor manufatureiro e do segmento de saúde.
Deste modo, o resultado ficou bem acima da previsão de 180 mil novos postos de trabalho esperada pelos economistas/analistas.
Geração de novas vagas e a taxa de desemprego
Portanto, a criação de novas vagas de emprego segue em ritmo acelerado, muito acima dos 100 mil novos postos de trabalho necessários por mês para acompanhar o ritmo de crescimento da população em idade ativa.
Consequentemente, a taxa de desemprego nos Estados Unidos opera, atualmente, no menor nível dos últimos 50 anos, com aceleração do ritmo de queda, distanciando-se da barreira psicológica dos 4%. Confira no gráfico a seguir:
De fato, a economia norte-americana trabalha visivelmente numa situação ao pleno emprego, termo muitas vezes utilizado pelo FED (Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos) para se comunicar com o mercado financeiro em momentos de cautela na estratégia de flexibilização da política monetária.
A posição do FED e a pressão de Trump
Os números mais recentes do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos reforçam a posição atual adotada pelo FED de não realizar novos cortes na FFR (Federal Funds Rate – taxa básica de juros norte-americana), contrariando a vontade da Casa Branca. Mesmo observando um mercado de trabalho aquecido, Donald Trump segue pressionando a autoridade monetária para continuar cortando os juros.
Recessão? Ainda não!
Longe de apontar qualquer cenário de recessão, a economia norte-americana segue respondendo com um ritmo firme de crescimento de cerca de 2% ao ano. A inclinação da linha do PIB dos Estados Unidos nos últimos 3 anos mostra, inclusive, uma estabilização incomum ao redor de 2% de crescimento, muito diferente do intenso sobe e desce observado no passado. Veja no gráfico a seguir:
E a inflação norte-americana?
Outro fenômeno histórico criado pela economia dos Estados Unidos está na inflação oscilando por um longo período ao redor do centro da meta de 2%. Nos últimos 10 anos, não houve sinal concreto de aceleração no ritmo de inflação para um nível muito acima do centro da meta, como também não houve sinal de desaceleração no ritmo de inflação para um nível muito abaixo do centro da meta.
O atual cenário econômico norte-americano
O cenário de hoje da economia norte-americana está incentivando vários debates acadêmicos e provocando revisões de modelos econômicos. Então, apesar dos ganhos salariais constantes, reflexo da taxa de desemprego em 3,5%, a inflação segue atipicamente comportada ao redor do centro da meta de 2% ao ano.
Em suma, os números são intrigantes. Revelam um equilíbrio macroeconômico nunca antes visto na história. Não há como projetar até quando a economia norte-americana vai conseguir sustentar este cenário muito benigno, mas, por outro lado, até o momento, não há sinal de que as nuvens estão se aproximando.
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