A impressionante descarga de estímulos monetários por parte dos banqueiros centrais e governos em suas respectivas economias segue firme e sem prazo de interrupção.
Recentemente o mercado demonstrou otimismo com a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer, o que abre um cenário de normalização das condições econômicas no médio prazo, em função do alcance da imunidade de forma generalizada.
Ultimamente o foco estava pairando sobre o Congresso dos Estados Unidos, onde se negocia um novo pacote de estímulos fiscais para impulsionar a economia e combater os efeitos adversos da pandemia.
Nova onda de estímulos monetários
Entretanto, os europeus também estão em discussões adiantas para mais uma nova onda de estímulos à economia. Christine Lagarde, presidente do BCE (Banco Central Europeu), disse nesta última quarta-feira que a autoridade monetária europeia vai trabalhar com a possibilidade de mais compras emergenciais de títulos e concessão de mais empréstimos baratos aos bancos comerciais.
O cenário macro permite a adoção de mais um novo pacote de estímulos na Europa principalmente por conta da inflação persistentemente baixa. Lagarde destacou que a inflação na zona do euro inclusive permanecerá negativa por mais tempo do que o esperado anteriormente, em função das novas restrições à atividade econômica.
Para apoiar famílias, empresas e governos, o BCE pretende aumentar a carga do seu Programa de Compra de Emergência Pandêmica (conhecido como PEPP no mercado) e das velhas e conhecidas Operações Direcionadas de Refinanciamento de Longo Prazo (TLTROs).
Opções de estímulos do BCE
A presidente do BCE ressaltou que todas as opções de estímulos estão sendo analisadas pela autoridade monetária, porém o PEPP e as TLTROs se mostraram mais eficazes, principalmente para o atual cenário altamente complexo. É possível que essas duas ferramentas continuem sendo as principais vias de interligação da política monetária com a economia real por mais algum tempo.
As declarações de Lagarde nesta quarta-feira confirmam os comentários que estão circulando na Europa desde a última reunião de política monetária, em 10 de outubro, no qual o BCE estaria disposto a ampliar de forma significativa estas duas ferramentas pelo tempo que for necessário.