Investidor pessoa física brasileiro, coloque o champanhe para gelar. O tão aguardado ETF de renda fixa já tem data marcada para estrear no pregão da bolsa de valores. A notícia é muito positiva e digna de uma bela celebração, como nas viradas de ano.
O primeiro ETF do Tesouro Nacional vai ser um grande marco para a história do mercado financeiro brasileiro. Será, também, o primeiro ETF de renda fixa relevante, replicando um índice conhecido, disponível para negociação no ambiente de bolsa de valores.
Até então, existia apenas um ETF de renda fixa no Brasil, gerenciado pelo grupo Mirae Asset Global Investments, lançado em setembro do ano passado. Entretanto, este ETF não pegou no mercado e acabou se tornando um elefante branco por alguns motivos: (i) algumas corretoras simplesmente não o negociam, (ii) metodologia do índice de referência é de difícil compreensão.
O ETF da Mirae replica o desempenho do S&P/BM&F Índice de Futuros de Taxa de Juros – DI 3 anos ER, o que, ao contrário do que se imagina, não reflete integralmente a oscilação dos juros futuros com vencimento em 3 anos por conta do acréscimo da variável de excesso de retorno sobre o índice.
Com a metodologia do excesso de retorno, o índice vai medir o desempenho do contrato de juros futuros de 3 anos a 2 anos e 6 meses corrigido pela Taxa DI-Cetip (CDI). Não é uma dinâmica que parece seguir de perto um título pós-fixado, nem pré-fixado. De forma resumida e grosseira, o excesso de retorno mostra o nível de um índice subtraído pelo custo de financiamento/empréstimo (no nosso caso, o CDI) que um investidor teria ao investir no índice.
Há vários anos o Tesouro Nacional começou os preparativos para lançar o primeiro ETF de renda fixa para replicar o índice IMA-B. O Itaú Asset Managment comprou a ideia e assumiu a responsabilidade de criar o ETF, respeitando o importante tripé de simplicidade, objetividade e acessibilidade.
O índice IMA-B é calculado pela Anbima e reflete uma careira teórica de títulos públicos indexados à inflação. São 14 NTN-Bs com vencimento de 2019 a 2055, atualmente com prazo médio de 1.869 dias (7,4 anos), taxa média de 4,31% (+IPCA) e volatilidade anualizada de 5,45%. Abaixo, é possível verificar a composição atual do índice IMA-B, mostrando cada NTN-B e seus respectivos pesos na formação da carteira teórica:
Entre outras palavras, comprar este ETF do Itaú é como comprar todas estas NTN-Bs de uma só vez, na proporção mencionada na tabela acima. Portanto, se as taxas das NTN-Bs caírem, os preços dos títulos públicos irão se valorizar, assim como o preço do ETF a ser negociado em bolsa. Se as taxas das NTN-Bs subirem, os preços dos títulos públicos irão se desvalorizar, assim como o preço do ETF a ser negociado em bolsa. Ou seja, a mesma estratégia utilizada pelo investidor para comprar NTN-Bs no Tesouro Direto, poderá ser implementada para comprar o ETF.
O ETF vai se chamar It Now ID ETF IMA-B. O ticker (ou código de negociação) será IMAB-11. A taxa de administração é de apenas 0,25% ao ano (mesma taxa de custódia de Tesouro Direto cobrada pela B3).
As vantagens são inúmeras. Primeiramente, o ETF poderá ser negociado a qualquer momento durante o pregão, refletindo o preço de momento da carteira teórica de NTN-Bs. Melhor do que o atual sistema do Tesouro Direto, onde as atualizações de preço/taxa ocorrem, normalmente, apenas durante 3 vezes em dias normais. Em pregões voláteis, o Tesouro Direto costuma ficar inoperante (fechado) por alguns minutos/horas.
O ETF também permitirá exposição em várias NTN-Bs de vencimentos diferenciados que não são disponibilizados pelo Tesouro Direto. Atualmente, o Tesouro Direto permite compra apenas de NTN-B 2024, 2026, 2035, 2045 e 2050. No ETF, o investidor vai ser expor a NTN-B 2019, 2020, 2021, 2022, 2023, 2024, 2026, 2028, 2030, 2035, 2040, 2045, 2050 e 2055.
Outra grande vantagem está na tributação. No ETF não haverá cobrança de IOF, não existirá come-cotas e a alíquota de IR será sempre de 15% sobre o lucro para qualquer período de aplicação.
O início das negociações do ETF na bolsa de valores está previsto para o dia 21/05/2019. O preço de cada cota será bem acessível e deve começar em torno de R$ 65,00. Para garantir liquidez no book de ofertas, o Itaú contratou o banco Santander para realizar a função de market maker.
O investidor tem muito a comemorar com a entrada deste novo produto competitivo no mercado financeiro brasileiro. Era uma demanda antiga, que felizmente vai se tornar realidade.
Toda equipe do blog Finanças Inteligentes está à disposição para esclarecer dúvidas ou detalhar mais informações relacionadas a este ETF, que sem dúvida se tornará um marco na história do mercado nacional. Não hesite em nos procurar através dos formulários de contato. Contem conosco, sempre!
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