Um dos principais pontos de tensão que circulavam mesas de operações no mundo inteiro nas últimas semanas/meses foi derrubado pelo FED (Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos) na tarde da última quarta-feira (28) após a conclusão da reunião de política monetária de dois dias.
Powell descarta cenário de inflação elevada
Estratégia do FED continua…
Havia temor no mercado sobre eventual mudança na estratégia do FED, atualmente extremamente expansionista, em função da expectativa de forte crescimento para este ano, bem como aceleração da inflação no curto prazo.
Jerome Powell, chairman do FED, chegou inclusive afirmar em uma entrevista coletiva que a autoridade monetária norte-americana não enxerga que chegou o momento de discutir a redução do forte programa de compra de ativos, nem mesmo elevação da FFR (Federal Funds Rate – taxa básica de juros dos Estados Unidos).
Apesar de as estimativas de inflação estarem apontando para um número pouco acima da meta de 2% a ser perseguida pelo FED, haverá certa tolerância para não atuar precipitadamente visando redução da inflação no curto prazo.
Inflação transitória acima da meta
Além disso, o Banco Central norte-americano continua ressaltando que o cenário básico aponta para uma inflação transitoriamente acima da meta nos próximos meses, porém voltando para o alvo de 2% já no ano que vem, o que permite manter a atual estratégia de política monetária.
Powell ressaltou, também, que os Estados Unidos tem 8,5 milhões de empregos a menos quando comparado com o mês de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. Como o FED trabalha com duplo mandato de pleno emprego juntamente com inflação sob controle, o nível de desemprego antes de estourar a crise do coronavírus parece ser um benchmark a ser batido pela política monetária.
Atualmente, o FED compra 120 bilhões de dólares em títulos todos os meses, estratégia que aumenta consideravelmente a liquidez no sistema financeiro. A sinalização de manutenção da política monetária ajudou impulsionar o fluxo de capital no mundo inteiro para ativos de risco.
BRL/USD
O dólar contra real fechou em forte queda nesta última quarta-feira, aos R$ 5,34, o que pode demonstrar apetite dos investidores estrangeiros para montar posição em mercados mais arriscados/voláteis, como o brasileiro.
O Banco Central brasileiro também revelou que até o dia 23/04/2021 o fluxo cambial no Brasil estava positivo em 770 milhões de dólares. O volume comprador em real contra dólar chama atenção pela força de curto prazo, colocando a moeda brasileira como a de melhor desempenho no mundo neste último pregão.
Considerando a máxima registrada no mês de março, aos R$ 5,87 e no mês de abril, aos R$ 5,75, o patamar atual de câmbio revela o momento mais forte de apetite pela moeda brasileira neste ano.