O Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve inalterada a taxa básica de juros aos 2% ao ano, pela terceira reunião consecutiva. A decisão da autoridade monetária não surpreendeu o mercado, entretanto o comunicado divulgado após a reunião de Comitê apresentou sinalizações relevantes em relação ao forward guidance.
Mudanças no forward guidance
O Banco Central havia criado o forward guidance em meados deste ano para sinalizar ao mercado comprometimento em não elevar a taxa básica de juros, condição esta que precisava estar respaldada nas expectativas de inflação abaixo da meta e cenário fiscal sem alterações negativas.
A adoção do forward guidance foi importante para reforçar o viés de estímulo na economia, entretanto alguns agentes no mercado estavam criticando a estratégia em função da recente disparada dos preços.
Na reunião desta última quarta-feira, os membros do Comitê de Política Monetária avaliaram que embora as condições para manutenção do forward guidance seguem satisfatórias, “observou-se uma reversão da tendência de queda das expectativas de inflação em relação às metas para o horizonte relevante.”
Projeções para os próximos anos
As novas projeções de inflação extraídas da pesquisa Focus estão em 4,2% para 2020, 3,3% em 2021 e 3,5% para 2022. Já no cenário básico do Copom, considerando trajetória de juros de 2% em 2020, 3% em 2021 e 4,5% em 2022, juntamente com taxa de câmbio partindo de R$ 5,25, evoluindo segundo a paridade do poder de compra, as projeções apontam IPCA de 4,3% em 2020, 3,4% em 2021 e 3,4% em 2022.
Por conta disso, a autoridade monetária ressalta que “a manutenção desse cenário de convergência da inflação sugere que, em breve, as condições para manutenção do forward guidance pode não ser mais satisfeitas.”
Entretanto, o Banco Central acrescenta que a retirada do foward guidance “não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros pois a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade.”
Por fim, o Comitê ressalta que “no cenário de retirada do forward guidance, a condução da política monetária seguirá o receituário do regime de metas para a inflação, baseado na análise da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos.”
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