O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta última terça-feira o resultado oficial do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice de inflação referência para o sistema de metas do Banco Central.
Inflação em Abril
No mês de abril, o IPCA subiu 0,31%, revelando desaceleração significativa frente a inflação do mês anterior, aos 0,93%. A inflação mensal em abril ficou entre as mais baixas deste ano, perdendo apenas para o resultado do mês de janeiro (0,25%).
Apesar do recuo no mês de abril, no acumulado dos últimos 12 meses a inflação está em 6,76%, acima do IPCA acumulado 6,10% no mês anterior. Isso ocorre em função dos meses de inflação fraca no segundo trimestre do ano passado, que aos poucos deixam de fazer parte do índice acumulado dos últimos 12 meses.
No ano passado…
Em 2020 houve deflação nos meses de abril e maio. Portanto, mesmo com uma inflação menor na variação mensal atual, o acumulado dos últimos 12 meses ainda permanece sinalizando IPCA elevado.
Importante ressaltar que no comunicado da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), ficou claro que uma nova elevação de 0,75 p.p. deverá ocorrer no próximo encontro da autoridade monetária a ser realizado nos dias 15 e 16 de junho. Se confirmado pelo Banco Central, a taxa Selic subirá dos atuais 3,50% ao ano para 4,25% ao ano.
Sinais de pressão sobre a Inflação
Segundo Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, não é possível constatar sinais de pressão de demanda sobre o IPCA. Isso porque a inflação de serviços, um dos principais termômetros de pressões sobre demanda, continua fraca, oscilando de 0,12% em março para 0,05% em abril.
Contribui para manter a baixa pressão de demanda sobre a inflação a queda recente nos preços dos combustíveis, além da desaceleração nos demais itens relevantes monitorados pelo governo.
EUA
Nos Estados Unidos, Lael Brainard, uma das diretoras do FED (Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos), reforçou a mensagem de outros integrantes do Comitê afirmando que apesar da forte expectativa de contratações no mercado de trabalho, bem como crescimento da economia, a inflação deverá ganhar impulso temporário.
No médio/longo prazo, os modelos continuam apontando que o impulso inflacionário tende a se arrefecer, mantendo-se ainda bem ancorado e consistente com a política de metas do FED. Além disso, quando a autoridade monetária estiver mais perto dos seus objetivos de máximo emprego e inflação controlada, a mudança na estratégia de política monetária será comunicada previamente ao mercado com clareza.