Investir em renda fixa é uma preferência do brasileiro, uma vez que essa modalidade é considerada sólida e segura. Entretanto, caso não sejam analisadas com a devida cautela, o que era para ser um investimento conservador, pode acabar causando dor de cabeça.
Os principais pontos a serem analisados antes de se realizar uma aplicação em Renda Fixa são: risco, liquidez, tributação e rentabilidade. Nesse artigo, vamos aprofundar um pouco sobre cada um desses aspectos, a fim de facilitar sua escolha ao investir em uma Renda Fixa.
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Prazo/Liquidez
Antes de se realizar qualquer investimento, é muito importante saber qual a sua necessidade de liquidez no momento. Caso você precise do valor aportado daqui a dois meses, por exemplo, não faz sentido aplicar em uma renda fixa com vencimento de dois anos, com um longo período de carência. Caso isso ocorra, ao realizar um regate antecipado, você corre o risco de sofrer um deságio, resgatando valor menor que aquele aportado.
Desta forma, é muito importante que você avalie qual o prazo do vencimento e carência da Renda Fixa:
Vencimento: Esta é a data em que será feito o resgate automático do Renda Fixa. Ou seja, se você mantiver o valor sem movimentá-lo até a data do vencimento, a sua taxa de rentabilidade será exatamente aquela que você contratou.
Exemplo: Um CDB (Certificado de Depósito Bancário), com vencimento para fevereiro de 2022, com carência no vencimento que rende 115% do CDI. Isso significa que se você mantiver o valor aplicado até a data do vencimento, o retorno será de exatamente 115% do CDI. Entretanto, caso este resgate seja efetuado de forma antecipada, ele pode acabar sofrendo um deságio e, ao invés de ter uma rentabilidade positiva, você pode perder um percentual do que aplicou.
Carência:
Além do vencimento, é importante analisar o prazo de carência da renda Fixa. Isso significa em qual data você poderá fazer um resgate, antes do vencimento, sem ocorrer uma perda na rentabilidade.
Normalmente, CDB’s com prazo de carência menores, como aqueles com liquidez diária, estão relacionados a uma menor rentabilidade. Há também opções de Renda Fixa com vencimento de 3 anos, por exemplo, com carência de 6 meses. Ou seja, após 6 meses já é possível realizar resgate sem perda de rentabilidade. As modalidades mais comuns de carência são: diária, no vencimento ou após determinado tempo.
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Risco
Normalmente, no momento de investir em Renda Fixa, as pessoas buscam por investimentos conservadores, que não tragam grandes riscos. Entretanto, é importante ter ciência de que existem modalidades de Renda Fixa, principalmente no mercado de Crédito Privado, que podem possuir risco elevado. Exemplo disso são as debêntures, que nada mais são do que dívidas emitidas por empresas, que retornam o valor investido acrescido de juros. Desta forma, é sempre importante estar atento ao Rating dos emissores de títulos, os quais avaliam a solidez, capacidade de liquidez e demais aspectos relevantes.
Ademais, a maioria dos títulos de RF, como os Certificados de Depósito Bancário, Letras de Câmbio, Letras Imobiliárias, Letras Hipotecárias, Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio estão protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito. Entretanto, o FGC tem uma cobertura de, no máximo, R$ 250.000,00 por CPF e por instituição emissora.
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Tributação
Outro ponto importante é a alíquota de IR que incide sobre as Rendas Fixas. De maneira geral, quanto antes for resgatado o valor, maior será o IR pago.
Além disso, há ainda alguns ativos que são isentos de IR, é o caso das:
- LCI/LCA (Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio)
- CRI/CRA (Certificado de Recebíveis Imobiliários e Certificado de Recebíveis do Agronegócio).
- Debêntures Incentivadas: são dívidas emitidas por empresas relacionadas a projetos de infraestrutura para o país
Além do IR, pode haver a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), caso um resgate seja realizado com menos de 30 dias de aplicação. Há casos em que o valor é fixo e outros em que o desconto ocorre sobre a rentabilidade, podendo variar proporcionalmente de acordo com o tempo da aplicação, conforme na tabela abaixo:
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Rentabilidade
As Rendas Fixas possuem rentabilidades distintas de acordo com o seu emissor, data de vencimento, período de carência e risco. Como tudo no mercado financeiro, as RF com maior risco tendem a ter maior retorno, bem como aquelas com prazos maiores. Além disso, elas podem ter sua rentabilidade fixada previamente ou atrelados a algum índice, como a inflação ou o CDI.
Pré-fixada
Ao investir nesta modalidade de Renda Fixa, você sabe o exato valor que receberá desde o dia em que é feita a aplicação.
Por exemplo, uma LC de R$ 1.000,00 com vencimento em dois anos a uma taxa de 9,0% ano.
RF = PV(1+I)n
Ao fazer o cálculo: RF = 1000 (1+0,09)³, sabemos que ao final do período, resgataremos o valor bruto exato de R$ 1.295,03.
Pós-fixada
Diferentemente da pré-fixada, na Renda Fixa pós, nós não sabemos qual será o resultado ao final, pois ela está atrelada a algum índice, por exemplo: CDB 118% CDI. Isso significa que, ao final do período, esta Renda Fixa remunerará o investidor em 118% da média da taxa de juros durante o seu prazo.
Algumas das RF pós-fixadas colocam também uma taxa fixa, por exemplo, IPCA + 4%. Normalmente, as RF pós-fixadas estão relacionadas à inflação (IPCA), CDI (taxa de juros) ou IGP-M. Desta forma, o investidor que acredita que ocorrerá o aumento da inflação, por exemplo, optará por investir em uma RF a ela indexada.
Estes foram alguns dos pontos mais relevantes a serem analisados antes de escolher uma modalidade de Renda Fixa.
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