Enquanto os mercados emergentes, de modo geral, não estão passando por crises severas ou momentos extremamente delicados. Muitos players de mercado estão razoavelmente satisfeitos com os retornos das praças emergentes que conseguiram neste ano, mas a grama do vizinho desenvolvido tem se mostrado bem mais verde e bonita nos últimos meses/trimestres.
O ano de 2019 até o momento
Até agora, o período foi marcado por uma boa fase de recuperação nos preços dos ativos de risco, comparado ao turbulento 2018. Investidores/especuladores não tem do que reclamar de posições compradas abertas em 2019 em ambas as praças, tanto desenvolvidas, quanto emergentes.
Entretanto, os mercados desenvolvidos estão nitidamente performando bem melhor neste ano, voltando atrair mais atenção dos hedge funds globais. O gráfico abaixo revela o desempenho do ETF URTH (linha pontilhada vermelha) versus desempenho do ETF EEM (linha preta). Saiba mais sobre ETF´s clicando aqui!
O que é URTH e EEM?
O URTH, ou iShares MSCI World, é o mais famoso ETF global, com grande peso da carteira em ações norte-americanas, seguido em menor proporção por Japão, Reino Unido, França, entre outras ações de economias desenvolvidas. O EEM, ou iShares MSCI Emerging Markets, é o mais famoso ETF de mercados emergentes, com exposição, respectivamente e de forma decrescente, em China, Coreia do Sul, Taiwan, India, Brasil, África do Sul, Rússia, entre outras ações de economias emergentes.
Desempenho dos últimos anos
Embora 2017 tenha sido um ano extraordinário para ambas as praças, com os mercados emergentes conseguindo até se destacar um pouco mais, e com a volatilidade intensa de 2018, pode-se notar que a recuperação em 2019 tem sido mais firme nos mercados desenvolvidos. Assim, uma nova máxima histórica foi renovada no URTH, ao contrário do EEM que ainda está distante de alcançar o pico de 2017.
A explicação para o recente descompasso de desempenho entre praças emergentes e desenvolvidas está nos fundamentos macroeconômicos capazes de suportar um cenário de maior disputa comercial entre os países.
Vulnerabilidade e dependência
As economias emergentes são mais vulneráveis estruturalmente e muito dependentes do grande apetite consumidor das famílias e empresas de economias desenvolvidas. Atritos nas relações comerciais são prejudiciais para ambas as partes, todavia, o prejuízo, como de costume, é sempre maior para o lado mais fraco (neste caso, os emergentes).
Apesar de algumas poucas praças emergentes, como a brasileira, estarem conseguindo se destacar frente à média global em função das reformas estruturantes em curso, a maioria está sofrendo com as recentes adversidades macro, até então não previsíveis alguns anos atrás.
A força das moedas
Além disso, de forma geral, as posições das moedas emergentes continuam desfavorecendo o apetite de hedge funds para as famosas operações de carry trade. O Real, por exemplo, segue desvalorizado frente ao dólar, que por sua vez voltou para a máxima histórica nesta semana, aos R$ 4,20.
Para o carry entrar nas praças emergentes, as moedas precisariam reverter a dinâmica negativa atual e voltar apresentar valor. Ou seja, os mercados emergentes precisam voltar a permitir (ou criar condições para tal) que suas moedas se valorizem, melhorando assim as condições para entrada de capital estrangeiro.
Posicionamento dos governos
Deste modo, é possível entender que num cenário de maior disputa comercial a nível global, os governos tendem a permitir/estimular certa desvalorização de suas respectivas moedas, como forma de ganhar mercado num ambiente mais acirrado.
Sendo assim, o preço do produto mais barato em função da moeda desvalorizada pode apresentar boa vantagem comercial a curto/médio prazo, mas por outro lado também causa efeitos colaterais indesejáveis no mercado e na própria economia.
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