Tendo como berço os Estados Unidos, os fundos quantitativos vêm chamando a atenção, principalmente daqueles interessados em diversificar suas carteiras. Em 2018, 4 das 5 maiores gestoras de Wall Street eram focadas em estratégias quantitativas. Em relação ao volume, 31% do patrimônio gerido por fundos, na terra do Tio Sam, é alocado em estratégias quantitativas.
No Brasil este número ainda está na faixa de 0,04%, já que as mais de 500 gestoras do país ainda seguem o modelo mais tradicional, conhecido como “gestão macro”. Entretanto, este cenário já está mudando. De 2008 a 2017, a indústria de fundos quantitativos brasileira cresceu quase 4x mais que a tradicional.
Assim, esse artigo explicará por qual razão os fundos quantitativos vem sendo buscados pelos investidores e quais seus diferenciais em relação aos demais fundos.
Fonte: Giant Steps
Afinal, o que são fundos quantitativos?
Os fundos quantitativos são uma estratégia que se inserem na categoria de Fundos Multimercado. Sua principal característica e diferencial se dá na utilização de algoritmos, com base na matemática e estatística, para encontrar padrões nos mercados, tais como:
- Juros;
- Bolsa;
- Moedas; e
- Commodities.
A partir disso, são traçadas estratégias para trazer retorno ao investidor.
Diferenciais
Os fundos quantitativos apresentam dois grandes diferenciais em relação aos demais Fundos Multimercado:
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Fator emocional
O primeiro diferencial das estratégias dos fundos quants é a não interferência do gestor nas operações. Assim, o computador/algoritmo é o grande responsável por todos os processos de investimentos.
Desta forma, os fundos quantitativos buscam retirar o fator emocional envolvido nos gestores e analistas que realizam tais operações. Isso é possível, pois toda entrada ou saída de posição é realizada de forma padronizada, por algoritmo de maneira automática.
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Ausência de correlação
O segundo diferencial desses fundos é a baixa correlação que possuem em relação a outros fundos, dado que normalmente suas estratégias não são direcionais. Ou seja, eles não dependem de um evento específico e podem desempenhar positivamente tanto em períodos de crise, quanto de euforia.
Normalmente, os gestores criam uma tese de investimentos e realizam testes com base em dados para tentar falseá-las. Estes consiste em “stress tests”, que verificam como a estratégia teria desempenhado no passado e, principalmente, em momentos de estresse no mercado, como no Joeslay Day (ocorrido em 18/05/2017, data em que Joeslay Batista, da JBS, divulgou conversas comprometedoras com o então presidente Temer, fazendo o Índice Bovespa recuar -8,80%).
No comparativo abaixo, foram inseridos quatro fundos: um quantitativo (em azul) e três outros de estratégia multimercado macro. Observa-se que, na área demarcada no gráfico, mês de maio de 2018, data em que ocorreu a greve dos caminhoneiros, o fundo quantitativo, ao invés de seguir a tendência de queda, teve desempenho descorrelacionado aos demais fundos.
Portanto, os fundos quantitativos se mostram uma alternativa interessante com objetivo de diversificação da carteira de investimentos.
Futuro dos Quantitativos
Alguns pontos levam a acreditar que este é apenas o início dos quantitativos no Brasil e que há grandes oportunidades para eles desenvolverem cada vez mais. Uma questão de grande relevância para a crescente procura por fundos alternativos é a queda da taxa básica de juros.
Na última quarta-feira (18/09), o COPOM definiu a SELIC em 5,5%, sua mínima histórica. Desta forma, os investidores passam a procurar alternativas à Renda Fixa, como Fundos de Investimento com alta/média volatilidade. É neste cenário que entram os quantitativos, como uma opção de diversificação.
Ademais, com o decorrer do tempo, estes fundos apresentam resultados consistentes e não correlacionado dos demais fundos de gestão macro, por longos períodos, outro fator que atrai o investidor.
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