Muito diferente do mercado à vista de ações, os derivativos tem conceitos bem mais complexos, que são de extrema importância você entendê-los antes de começar a por a mão na massa. Neste post, iremos entender um pouco mais sobre as opções, que tem o conceito de ser um contrato de direito sobre determinado ativo.
As opções são um tipo de derivativo que dá o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo em uma determinada data, a um determinado preço.
Importante você saber
Antes de entrarmos mais afundo sobre o assunto, é importante levar um “dicionário” com as termologias bem usadas por quem faz esse tipo de operação:
– Call: direito de compra de um ativo.
– Put: direito de venda de um ativo.
– Ativo-objeto: ativo pelo qual a opção dá o direito.
– Prêmio: valor pago pela opção.
– Titular: quem compra a opção.
– Lançador: aquele que vende (ou “lança”) a opção no mercado.
– Strike ou preço de exercício: preço final pago para que se exerça a opção.
Mas enfim, como funciona a operação?
De forma bem simples e resumida, as opções são investimentos que dão ao seu titular o direito, mas não a obrigação de comprar ou vender ativos em uma determinada data por um preço pré acordado.
Na prática: Uma pessoa que compra uma opção para ter direito sobre um ativo, que só exercerá no futuro. Em contrapartida, quem vende a opção deve cumprir o direito do comprador, que tem a “opção” de exercê-lo ou não conforme o combinado.
Um exemplo prático e fora da complexidade da bolsa se valores é o do “apartamento”. Vamos supor que você tem um apartamento para vender (no caso um lançador) no valor de R$300.000,00. Um amigo seu esta muito interessado, mas no momento teria apenas R$10.000,00 (3,34% do valor), porém, em 2 meses terá o valor total do apartamento.
Nessa situação, ele propõe a você uma opção de compra (call). A proposta é de que você receba os R$10.000,00 (prêmio), sob a seguinte condição: de que se garanta o direito de compra do imóvel ao seu amigo pelo mesmo valor (R$300.000), após passados os 2 meses (período do contrato).
Feito isso, seu amigo pagou os R$10.000,00 pelo direito de comprar o seu apartamento pelo preço de R$300.000,00 (preço de strike) após os 60 dias. Por outro lado, você recebeu os R$10.000,00 em troca da obrigação de vender o imóvel pelo preço combinado, mesmo que nesse tempo ele se valorize e passe a valer mais.
O que determina o preço?
Nosso exemplo foi apenas uma introdução para ficar clara qual a principal dinâmica das opções, mas existem determinantes para os preços das opções e eles se resumem em dois principais fatores: o Valor tempo e o valor intrínseco da operação
Valor intrínseco
Apesar do nome difícil, esse seria a parte mais simples de entender. O valor intrínseco seria o ganho que a opção te oferece, de certa forma seria a vantagem mais imediatista da opção.
Por exemplo: uma opção de compra de uma ação com strike de R$18,00 referente a um ativo que está sendo negociado por R$20,00, tem valor intrínseco de R$2,00.
Valor tempo
Nessa modalidade, está atrelada mais a segurança de realizar o negócio, isso porque: quanto mais tempo for dado para escolher se a pessoa que investe quer ou não exercer a opção, mais interessante se torna.
Esse prazo maior, sem dúvida, facilita a projeção dos riscos e, também, dos ganhos. Por isso, quanto mais distante for o vencimento da opção, mais alto será o seu preço.
Como investir em opções?
Para saber como investir em opções é preciso entender como é formado seu ticker. Elas são identificadas da seguinte forma:
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As 4 letras iniciais determinam o ativo-objeto, como uma ação, exemplo: PETR4
A quinta letra vai indica o seu mês de vencimento, sendo “A” em uma opção de call o vencimento seria em janeiro, “B” em fevereiro e assim por diante. Confira na tabela as demais letras para os diferentes tipos de opções:
Mês de Vencimento | Call | Put |
Janeiro | A | M |
Fevereiro | B | N |
Março | C | O |
Abril | D | P |
Maio | E | Q |
Junho | F | R |
Julho | G | S |
Agosto | H | T |
Setembro | I | U |
Outubro | J | V |
Novembro | K | W |
Dezembro | L | X |
Os numerais, em regra, referem-se ao preço de strike.
Por exemplo: o código PETRD17 se refere a uma opção de ações da Petrobras com vencimento em abril e cujo strike deve (não necessariamente) estar em torno de R$17,00.
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Dinâmica das diferentes modalidades de Opções
Opções de compra (CALL)
Entre as opções negociadas na Bovespa, as com maior volume financeiro, certamente são as opções de compra. Nessa, como já mencionamos, quem compra a opção adquire o direito, mas não a obrigação de comprar um determinado ativo, a um preço estabelecido até um prazo limite. Na outra ponta, quem vende a opção (o lançador) assume a obrigação de vender o ativo-objeto nos exatos termos estabelecidos no acordo.
Para que o investimento nessa modalidade seja interessante, é preciso que o ativo-objeto esteja valorizado ao ponto de superar o valor do strike somado ao valor do prêmio.
Assim, voltando ao nosso exemplo, se você comprou uma opção de compra pelos R$10.000,00 referente a um apartamento de R$300.000,00. No momento de exercer a opção de compra é preciso que ele esteja valendo, pelo menos, R$310.000,01 para que você lucre R$0,01. Caso contrário, não seria interessante arcar com a compra do imóvel.

Características:
• Viés de Alta
• Ganho Máximo: Ilimitado (Preço final – A – prêmio)
• Perda Máxima: prêmio gasto na compra da opção
• Não há chamada de margem
Opções de venda (PUT)
Totalmente contrário a questão anterior, agora quem compra a opção tem o direito, mas não a obrigação de vender o ativo, já quem vende a opção se obriga a comprar o ativo-objeto. Pode ser um pouco confuso, mas é praticamente a lógica inversa da opção de compra.
Para o investimento se tornar atrativo, é preciso que o preço do ativo negociado esteja abaixo do preço de strike. Vamos exemplificar da seguinte forma: uma pessoa compra uma opção de venda, ao final do prazo ela vai querer que o ativo esteja desvalorizado, assim garantirá a venda por um valor acima do mercado.
Entrando mais a fundo no mercado, se você comprou uma opção de venda de uma ação de R$25,00 por R$0,50, ao chegar a data de vencimento da opção, o ideal é que essa ação esteja com cotação abaixo dos R25,50 para que assim a operação se torne mais atrativa ao comprador da opção.
Se ela estiver cotada em R$35,00, o titular da opção pode escolher não exercer seu direito de venda e perder R$0,50 por isso. Já que, se vender na cotação de R$35,00, o prejuízo poderá ser bem maio e assim a operação não terá sido eficiente.

Características:
• Viés de Baixa
• Ganho Máximo: A – prêmio – preço final
• Perda Máxima: prêmio gasto na compra da opção
• Não há chamada de margem.
Operar opções faz sentido?
O mercado de renda variável mais do que qualquer outro implica em riscos, isso pode arcar com desvantagens e vantagens ao investidor. Mais do que nunca, é preciso entender as variáveis que estamos se expondo, entender se é adequado ao seu perfil e ai sim, entenderemos se essa modalidade se encaixa na sua carteira.
Vantagens
- É uma opção para movimentos especulativos e com possibilidades de ganhos representativos no curto prazo
- Possibilidade de investir com ganhos em diferentes tendências de mercado, seja para alta seja para baixa.
- O valor das operações tende a ser menor se comparado a outros investimentos.
- Existem diversas estratégias de operações estruturadas com esse tipo de ativo, pode ser muito importante para minimizar perdas em crises e diversificar sua carteira.
Desvantagens
- Da mesma forma que a especulação pode trazer bons ganhos, os níveis de riscos alto podem significar perdas expressivas.
- Chance de perda do total do investimento. Se ao final do prazo o titular opta por não exercer a opção, a totalidade do capital investido é perdido em favor do vendedor.
- Liquidez, por não se tratar de uma operação tão simples, algumas opções de ações podem não ter ofertas de compra ou venda, impossibilitando o investidor de operar.
- Existem diversos detalhes importantes para operar, então antes de qualquer movimentação é importante estar com uma estratégia definida.
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