Duas grandes instituições globais revelaram nesta semana suas respectivas estimativas para o PIB do Brasil em 2020. Os números são muito piores do que as estimativas do governo brasileiro, bem como as perspectivas de bancos locais, mostrando a gravidade acentuada do quadro econômico de curto prazo.
Projeção do PIB do Brasil
O Banco Mundial atualizou neste último domingo sua projeção para a economia brasileira. No relatório intitulado de economia nos tempos da Covid-19, que aborda os impactos da pandemia, a estimativa da instituição é que o PIB do Brasil sofrerá uma forte retração de 5% em 2020.
Caso a previsão seja confirmada, será o pior PIB anual da série histórica disponibilizado pelo Banco Central, desde 1962. Até então, a maior retração econômica anual da série histórica é de 4,39%, em 1981, na crise da dívida brasileira, que por sinal culminou na conhecida década perdida.
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Perspectivas do PIB do Brasil pelo FMI
Nesta última terça-feira, o relatório de Perspectiva Econômica Global do FMI (Fundo Monetário Internacional) fortaleceu a expectativa de um ano terrível para a economia brasileira, alinhado com o nível de retração esperado pelo Banco Mundial.
A perspectiva do FMI é de contração de 5,3% no PIB do Brasil em 2020, como mera consequência dos isolamentos e fechamentos de indústrias e empresas por conta do surto de coronavírus.
Os números mais recentes de ambas as instituições apontam para um mergulho de 5% da economia brasileira este ano, considerando o cenário base atual. Apesar de apontar para um tombo histórico, as estimativas podem sofrer alterações, inclusive negativas, a depender da evolução da pandemia.
Desafios à vista!
Tanto o Banco Mundial, quanto o FMI, alertam para os enormes desafios a serem enfrentados este ano pelo governo brasileiro, com objetivo de limitar os danos a partir de atuações agressivas nas políticas fiscal e monetária, para que, desta forma, seja criado um caminho para uma recuperação econômica em 2021.
Obviamente o fiscal poderá se tornar uma bomba relógio para o futuro, mas as instituições estão recomendando focar no curto prazo e salvar o máximo possível de empregos. Isso significa que, entre outras palavras, a situação fiscal necessitará de atenção somente na fase pós-coronavírus. Neste momento a prioridade é outra.
Estimativa do IFI para a Economia
A última estimativa do IFI (Instituto Fiscal Independente), órgão ligado ao Senado, divulgada também nesta semana, aponta para um endividamento alcançando 100,2% do PIB do Brasil em 2030, nível considerado insustentável.
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No âmbito externo a situação também é muito complicada para este ano. O FMI projeta retração de 3% na economia global em 2020, puxada pela expectativa de retração de 6,1% este ano aos países desenvolvidos. A Alemanha, por exemplo, deve contrair 7%, Estados Unidos 5,9% e Itália 9,1%, segundo o FMI. No grupo de países emergentes, México e África do Sul devem ser os mais afetados, com recessão de 6,6% e 5,8%, respectivamente.
Que venha 2021
Entretanto, as estimativas para 2021 são animadoras. Tanto o FMI, quanto o Banco Mundial, esperam recuperação relativamente forte a partir do próximo ano. O Brasil tende a crescer 1,5% em 2021, segundo o Banco Mundial. Já o FMI espera crescimento um pouco melhor da economia brasileira em 2021, com expansão de 2,9%.
Ainda segundo o FMI, os Estados Unidos devem crescer 4,7% em 2021. Na China, onde o surto do coronavírus atingiu o primeiro trimestre deste ano, atualmente em processo de retomada gradual da atividade, a expectativa é de crescimento de 1,2% em 2020 e uma aceleração acentuada de 9,2% em 2021.