CDB, LC, LCI, LCA, LF, NTN-B, NTN-F e a lista segue…Essa é a famosa “sopa de letrinhas” da Renda Fixa, que pode parecer confusa em um primeiro momento. Afinal, são muitas possibilidades de investimentos, cada uma com peculiaridades que servem a objetivos distintos.
Além disso, apesar de a Renda Fixa ser vista como a opção mais segura, ela também possui risco, o qual inclusive varia a depender do ativo, por isso, é muito importante estar atento na hora de aplicar seu dinheiro!
Por meio desse artigo, vamos explicar quais as principais características de cada um desses títulos de acordo com aspectos como liquidez, risco e rentabilidade. Assim, você terá mais segurança na hora de escolher qual investimento de renda fixa é o ideal para os seus objetivos!
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Risco da Renda Fixa
Normalmente, a Renda Fixa funciona como porta de entrada no mundo dos investimentos, ocasião em que as pessoas buscam por aplicações conservadoras, que não tragam grandes riscos. Entretanto, é importante ter ciência de que existem modalidades de Renda Fixa, principalmente no mercado de Crédito Privado, que possuem risco elevado. Exemplo disso são as debêntures, que nada mais são do que dívidas emitidas por empresas, que retornam o valor investido acrescido de juros. Desta forma, é sempre importante estar atento ao Rating dos emissores de títulos, os quais avaliam a solidez, capacidade de liquidez e demais aspectos relevantes das empresas emissoras.
Contudo, a maioria dos títulos de Renda Fixa, como os Certificados de Depósito Bancário, Letras de Câmbio, Letras Hipotecárias, Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio estão protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito. Entretanto, o FGC tem uma cobertura de, no máximo, R$ 250.000,00 por CPF e por instituição emissora. Por esta razão, é interessante não ultrapassar este valor ao aplicar em ativos de uma mesma instituição.
Atenção
Outro ponto importante é que também há um teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Além disso, o valor garantido ao investidor não se limita àquilo que ele aportou. O FGC devolve para o investidor o valor aplicado acrescido do que rendeu até a data em que foi decretada a liquidação da instituição. Ou seja, não é como se este dinheiro tivesse ficado parado sem render.
Por fim, destacam-se os títulos do Tesouro Direto, como NTN-B, Tesouro SELIC e NTN-F, os quais são emitidos pelo próprio Tesouro Nacional, ou seja, contam com o risco soberano, que é o risco do próprio país, sendo considerada a modalidade mais segura de investimento.
Assim, podemos concluir que, em uma ordem crescente de risco (indo do investimento mais conservador para o título mais arriscado de Renda Fixa), teríamos o seguinte:
- Títulos Públicos (Tesouro SELIC, NTN-B, NTN-F)
- Depósitos Bancários (Poupança, CDB, RDB, LC, LCI, LCA)
- Letra Financeira
- Crédito Privado (Debêntures), CRI e CRA.
Liquidez da Renda Fixa
A liquidez é um aspecto muito importante para se analisar antes de fazer qualquer aplicação.
É o tempo necessário para que você possa ter esse valor em caixa novamente. Alguns títulos possuem uma alta liquidez, variando de 1 dia a 1 ano, de modo que você pode utilizá-los para compor uma reserva de emergência ou para objetivos de curto prazo.
Todavia, alguns títulos são bem mais longos, é normal encontrar no mercado Debêntures e Letras Financeiras com prazo de 10 anos. Ao se falar em títulos públicos, estes podem ter prazos inclusive superiores a 30 anos. Então, antes de fazer qualquer aplicação, tenha em mente qual seu objetivo com ela e se você não tem nenhuma necessidade de curto prazo para aquele recurso.
Importante: o fato de o prazo de vencimento de uma aplicação ser de 10 anos, não significa que você não possa resgatar antecipadamente. Entretanto, quanto mais próximo estiver da data do vencimento, mais próximo estará da taxa contratada. Caso você aplique em um título de 5 anos e queira resgatar em 30 dias é até mesmo possível que você tenha uma rentabilidade negativa.
Forma de cálculo da remuneração
Os títulos de Renda Fixa podem ser prefixados, pós-fixados ou até mesmo ter uma parcela pré e outra pós. Para entender isso em maiores detalhes, leia o tópico 4 deste artigo!
E lembre-se, via de regra, quanto mais longo for o título, maior será sua rentabilidade, ou seja, a taxa fornecida. Da mesma forma ocorre em relação ao risco, ativos de maior risco fornecem melhores taxas. Mas fique atento, pois a depender da empresa ou banco emissor, pode ser uma fria! Então, sempre fiquei atento aos indicadores do emissor.
Objetivos da Renda Fixa
Agora que já sabemos quais são os principais aspectos que impactam nos títulos de Renda Fixa, podemos analisar qual é o que melhor se encaixa nos seus objetivos:
Objetivo 1: Reserva de emergência/objetivos de curto prazo
Para a reserva de emergência, normalmente se utiliza o Tesouro SELIC, o qual é emitido pelo Tesouro Nacional ou CDBs com liquidez diária.
Esses CDB possuem uma rentabilidade média de 100% CDI, alguns oferecem até um pouco mais. Caso seu banco esteja oferecendo taxas inferiores, questione e compare com outros locais. Já o Tesouro SELIC sempre pagará a taxa SELIC, que é muito próxima do CDI, acrescido de uma pequena taxa.
Objetivo 2: Objetivos com prazo determinado
Se você possui objetivos com prazos determinados, como por exemplo:
- Formatura daqui a dois anos
- Compra de um veículo em um ano
- Viagem em 6 meses
Procure ativos que não vão prender o seu dinheiro e lembre-se de que quanto maior o tempo que ficar aplicado, maior será a taxa oferecida. Então se você pode manter o valor por 365 dias, busque ativos com este mesmo período e não prazos mais curtos, assim você consegue uma melhor taxa!
Vale ressaltar que as taxas oferecidas irão variar de acordo com cada instituição bancária, bem como em relação aos patamares da Taxa Selic. Atualmente, é possível encontrar títulos de 1 ano que rendem cerca de 6% ao ano e de dois anos podendo alcançar 8% a.a. Já títulos mais curtos, como de 180 ou 90 dias, costumam ter taxas atreladas ao CDI, ficando próximo de 110-120% CDI.
As taxas mencionadas aqui são apenas uma base em relação ao que pode ser encontrado no mercado atualmente. As taxas oferecidas variam diariamente.
Objetivo 3: Longo prazo/aposentadoria
No caso de você estar planejando sua aposentadoria ou objetivos de longuíssimo prazo, as taxas ficam ainda mais atrativas, podendo assim, aplicar em títulos como:
- Tesouro IPCA+
- Tesouro Prefixado
- Debêntures
- CRI/CRA
- CDB e LF longos
Atualmente, é possível encontrar CDBs com prazos de 7 anos com taxas entre 10% e 11% ao mês. Ativos de maior risco, como as debêntures, podem até oferecer taxas mais atrativas, por possuírem maior grau de risco.
Já as taxas oferecidas pelos títulos do tesouro, você consegue acessar no site do Tesouro Direto, clicando aqui.
Bônus!
Se você chegou até aqui, merece uma dica bônus! Você sabia que existem ativos de Renda Fixa que são isentos de Imposto de Renda? Isso mesmo, a taxa fornecida é líquida e não ocorre o desconto de IR no momento do resgate. Isso ocorre pois esses títulos se referem a determinados setores que o governo busca incentivar, como o agronegócio, setor imobiliário e infraestrutura.
Então, se seu objetivo é ter aplicações financeiras que não pagam imposto, fique de olho em:
- Debêntures Incentivadas
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
- Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)
- Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
Normalmente, esses títulos são mais longos, não sendo utilizados para objetivos de curto prazo.
Essas são algumas informações importantes para se ter em mente antes de aplicar o seu dinheiro. Você já sabe qual o seu objetivo? Já escolheu em qual ativo financeiro aplicar para alcançá-lo? Se quiser saber mais sobre qual o investimento de Renda Fixa ideal para você, preencha o formulário abaixo!