Os downgrades no rating brasileiro que começaram ocorrer em efeito dominó a partir de 2014 finalmente chegaram ao fim Os downgrades no rating brasileiro que começaram ocorrer em efeito dominó a partir de 2014 finalmente chegaram ao fim. Durante a bonança das commodities, o Brasil conseguiu se manter no importante patamar grau de investimento de 2008 até 2014.
Chegou até alcançar por três anos consecutivos a maior nota de classificação de risco de sua história, o nível BBB pela Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s (Baa2), durante os anos de 2011 a 2014.
O rating brasilero até a crise de 2014
Entretanto, a partir de 2014 os rebaixamentos começaram a surgir com atípica velocidade. A deterioração do cenário macroeconômico doméstico (principalmente na parte fiscal) era tão grande que perdemos o status de grau de investimento em apenas dois anos.
Na década passada, para alcançar o patamar de grau de investimento, tivemos que remar por um longo período. Foi necessário uma jornada de mais de 5 anos para fugir do grau especulativo e quase 10 anos até alcançar o pico da nota BBB em 2011.
Não foi fácil conquistar a confiança das agências de classificação de risco.
Apesar da pujança das commodites, as incertezas com relação à estabilidade macroeconômica ainda circulavam o mercado, justificadamente. Quando os sinais de deterioração passaram a ficar cada vez mais claros, começamos sofrer downgrades ano após ano.
O início dos rebaixamentos
Em apenas 2 anos o Brasil perdeu o status grau de investimento.
Os rebaixamentos da Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s se tornaram fato corriqueiro no noticiário econômico local. Players de mercado passaram a trabalhar com a previsão de quando iria ocorrer a próxima revisão de perspectiva ou corte do rating brasileiro e não sobre a possibilidade ou não de revisão de perspectiva ou corte no rating.
A virada de jogo
A pancadaria no rating brasileiro chegou ao fim apenas em 2018, quando começaram a surgir os primeiros efeitos das importantes mudanças realizadas na gestão Michel Temer.
A continuação da agenda pró-mercado no governo Bolsonaro ajudou impulsionar o sentimento de melhora para o futuro, ratificado na noite desta última quarta-feira (11/12) pela Standard & Poor’s.
A agência de classificação de risco elevou a perspectiva para o rating brasileiro, de estável para positiva, emitindo um sinal concreto de que, enfim, a nota de crédito do Brasil está no caminho certo para subir no curto/médio prazo.
Um reconhecimento importante
Este importante movimento da Standard & Poor’s é basicamente um reconhecimento do esperado impacto positivo (e extremamente relevante do ponto de vista fiscal) a ser proporcionado pela aprovação da reforma da previdência alguns meses atrás.
O futuro promete!
Tecnicamente, a mudança de viés positivo reflete forte perspectiva de elevação do rating brasileiro em até dois anos.
Em função da ampla agenda de reformas do governo, com notável sucesso na tramitação das pautas no Congresso, é possível que o primeiro upgrade desde 2011 ocorra já no próximo ano.
Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmou nesta última quinta-feira (12/12) que a expectativa da equipe econômica é que o país já esteja a caminho de um upgrade.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, disse esperar que as outras duas grandes agências de classificação de risco (Fitch e Moody’s) sigam o exemplo da Standard & Poor’s, revisando suas perspectivas sobre o rating do Brasil para positivo.
Como está o rating brasileiro hoje?
Atualmente, o Brasil é classificado como BB-, três degraus abaixo da nota mínima do grau de investimento.
Isso não significa que o país precisa, necessariamente, subir uma vez de BB- para BB, outra segunda ocasião de BB para BB+, e numa eventual terceira rodada subir de BB+ para BBB-.
Apesar de ser atípico, o país pode subir dois degraus de uma só vez, ao invés de subir três degraus de forma mais demorada. Em 2014, por exemplo, o Brasil tomou downgrade de dois degraus numa única vez pela Fitch. Em 2015, a Moody’s também cortou dois degraus do rating brasileiro de uma só vez.
As estimativas do governo brasileiro
Certamente é mais fácil tomar downgrade do que conquistar upgrade (não é necessário esforço para cair, ao contrário do movimento inverso), mas Paulo Guedes estima que a retomada do grau de investimento poderia ocorrer já em 2020.
Se concretizado até o final do ano que vem, a velocidade de retomada do grau de investimento seria algo inédito para a história do Brasil, portanto, aparentemente, difícil de acontecer no timing do ministro da Economia.
Todavia, o Brasil também passa por transformações sem precedentes em sua história.
Caso as reformas continuem avançando no próximo ano, Paulo Guedes corre o risco de acertar sua previsão, mesmo que nesse momento seja muito remoto acontecer até o final de 2020.
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