Taxa básica de juros da Turquia. O pais asiático/europeu pode ser considerada um dos primeiros países de certa relevância entre os emergentes a não conseguir aproveitar a onda de juros muito baixo no mundo inteiro e ter de voltar atrás, em movimento defensivo, subindo agressivamente sua taxa básica de juros.
Pressionada por uma série de problemas internos acumulados há anos, o Banco Central se viu forçado a subir os juros de forma considerada agressiva nesta última quinta-feira, o que também é uma forma de tentar provocar impacto psicológico no mercado.
A taxa básica de juros da Turquia subiu 475 basis points numa única paulada nesta última quinta-feira, saltando de 10,25% ao ano para 15% ao ano. Este movimento acompanha um primeiro aperto de 200 basis points realizado cerca de dois meses atrás, no qual a taxa básica de juros havia subido de 8,25% para 10,25% ao ano.

A decisão da autoridade monetária jogou a taxa básica de juros para um patamar acima do praticado antes da crise do coronavírus aparentemente propositalmente, como forma de tentar retomar a confiança perdida com o mercado nos últimos meses/anos.
O famoso presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, trocou o presidente do Banco Central, saindo de uma gestão extremamente heterodoxa, para uma nova gestão agora ortodoxa. A guinada na política monetária está alinhada com a mudança de postura do próprio presidente da Turquia, já que suas medidas intervencionistas do passado não surtiram efeito na economia e a população está enfurecida.
A taxa de desemprego no país gira em torno de elevados 13%, o que combinado com uma inflação de 11,89% (também considerada muito alta), sendo que somente no mês de outubro o índice de preços ao consumidor subiu 2,13%, provoca aumento do empobrecimento da população.
Além de reduzir a inflação, o aumento significativo da taxa básica de juros visa frear, ou ao menos minimizar, o processo de dolarização da economia, voltando a sustentar a lira (moeda local, atualmente em 7,63 dólares), bem como reconstituir as reservas atualmente escassas da autoridade monetária.
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