Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, apesar de não ter reconhecido formalmente a derrota nas eleições presidenciais, sinalizou de forma positiva nesta última terça-feira para uma transição tranquila para a gestão do presidente eleito Joe Biden.
Enfim, aceitou a derrota?
O fato de Trump abrir caminho para os trabalhos de transição pode ser considerado um gesto de derrota, além de limpar incertezas políticas que sondavam os mercados nos últimos dias/semanas em função das contestações jurídicas.
Empurrãozinho das vacinas
Além disso, expectativas positivas relacionadas ao desenvolvimento de diversas vacinas contra a Covid-19 ajudaram impulsionar o ânimo dos investidores no mercado, levando preços dos ativos para novas máximas em semanas, meses e em alguns casos, novas máximas históricas.
Em Wall Street, por exemplo, o índice Dow Jones superou nesta última terça-feira a importante marca psicológica dos 30.000 pontos pela primeira vez na história. O movimento técnico no mercado norte-americano empurrou outras praças financeiras para cima, tanto de países desenvolvidos, quanto de países emergentes.
Enquanto isso, no Brasil e na China…
No Brasil, destaque para o mercado de câmbio, onde o real foi uma das moedas com maior desempenho do mundo. Somente neste último pregão, o dólar perdeu 1,09% para o real. O sentimento positivo no mercado de câmbio está contaminando outros segmentos domésticos, principalmente ações.
Na China, o premiê Li Keqiang disse ontem que o governo espera que a economia retorne para um ritmo razoável de crescimento em 2021. No acumulado do ano, a economia chinesa cresceu 0,70% em função dos impactos provocados pelo lockdown. Entretanto, somente no 3 TRI/2020, o PIB chinês subiu 4,9%, revelando rápida recuperação.
Os chineses afirmaram neste ano que irão implementar uma estratégia adicional de crescimento apelidada de dupla circulação. O objetivo é reduzir a dependência de tecnologia externa (um reflexo frente às políticas de Trump) e ampliar a circulação interna desde a produção, até a distribuição e o consumo. Para isso, a China pretende investir forte em pesquisa e inovação.
Europa
Na Europa, destaque para o discurso de Olli Rehn, membro do BCE (Banco Central Europeu). Na avaliação de Rehn, a autoridade monetária europeia deveria estudar implementar a mesma estratégia de meta de inflação flexível adotada pelo FED (Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos) anunciada neste ano.
Durante o mês de agosto, o FED surpreendeu os mercados anunciando mudança na sua política de metas de inflação, passando a permitir, agora, que o índice de preços possa ficar acima do objetivo por algum tempo, até como forma de compensar o período em que oscilou abaixo da meta de 2%.
Essa discussão tende a ganhar força na Europa, já que o BCE não consegue alcançar a meta de inflação de 2% há quase oito anos. Quase uma década de inflação rodando abaixo da meta é um cenário também preocupante, até porque não há expectativa de que a meta de inflação de 2% será alcançada no curto/médio prazo.
No mesmo dia, o presidente do BoJ (Banco Central do Japão), Haruhiko Kuroda, disse que não há necessidade para uma revisão na política de metas de inflação imediatamente, porém não descarta a possibilidade de o Comitê debater o tema no futuro, alinhando com estratégia pareceida implementada pela FED.
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