O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou nesta última terça-feira que as vendas do varejo americano registraram alta recorde no mês passado, fortemente influenciado pelo retorno dos norte-americanos ao trabalho.
O número é extremamente significativo e ficou muito acima das expectativas mais otimistas do mercado.
Número acima da expectativa do varejo americano
Durante o mês de maio, as vendas no varejo subiram impressionantes 17,7%. Para efeito comparativo, em abril, no auge do isolamento, as vendas no varejo caíram 14,7%. No mês de março, período de transição para o isolamento, as vendas no varejo recuaram 8%.
O dado positivo do varejo americano está alinhado com a surpresa observada na pesquisa de desemprego, que no mês de março apontou criação de 2,5 milhões de novos postos de trabalho.
Os analistas também não esperavam uma recuperação rápida de empregos na economia norte-americana, o que fortalece o movimento, em curso no mercado financeiro global, de quebra de expectativas muito negativas. As projeções para as vendas do varejo do mês passado, por exemplo, circulavam em torno de alta de 8%. O indicador, portanto, veio mais que o dobro do esperado pelos analistas.
A última ocasião em que os Estados Unidos experimentaram forte aumento mensal de vendas no varejo ocorreu em outubro de 2001, com alta de 6,7%, justamente quando a população se sentiu segura para retornar às ruas e fazer compras após os ataques de 11 de setembro às Torres Gêmeas.
O sub-índice de controle de varejo, que exclui vendas de materiais de construção, combustíveis, serviços de alimentação e automóveis, cresceu 11,0% no mês de maio, o que revela forte retomada generalizada da atividade.
Reconhecimento de Powell
O próprio presidente do FED (Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, reconheceu que os recentes sinais de melhoras são encorajadores. A autoridade monetária norte-americana estava se mostrando mais cautelosa com as expectativas de recuperação até a última reunião de Comitê.
Entretanto, Powell ressaltou que os impactos provocados pela paralisação da atividade deixaram um buraco muito profundo a ser preenchido na economia. A autoridade monetária norte-americana está especialmente atenta ao indicador de desemprego, até porque sua política monetária permite trabalhar com estratégia de duplo mandato (inflação e emprego).
Empolgados com as atuações fortemente flexíveis nas políticas fiscal e monetária, juntamente com os sinais mais recentes de melhora na atividade, players de mercado seguem demonstrando otimismo com os ativos de risco.
A alta dos índices globais
Em Wall Street, o índice S&P500 é negociado em torno de 3.100 pontos, muito acima da mínima de 2.190 pontos registrada no auge do temor com o coronavírus. Nasdaq já opera próximo de sua respectiva máxima histórica, aos 10.000 pontos.

Na Europa, a bolsa de Londres opera aos 6.240 pontos, bem acima da mínima 4.970 pontos do coronavírus. A bolsa de Frankfurt oscila ao redor de 12.315 pontos, já se aproximando da máxima ao redor de 13.500 pontos. A bolsa de Paris trabalha ao redor dos 4.960 pontos, também acumulando upside significativo desde a mínima do coronavírus, aos 3.750 pontos.
Nikkei, no Japão, já opera ao redor dos 22.460 pontos, aproximando-se da máxima histórica dos 24.000 pontos. Na China, a bolsa de Xangai oscila ao redor de 2.930 pontos, relativamente acima da mínima do coronavírus, aos 2.650 pontos.
A bolsa da Índia, que tombou de 42.000 pontos para 26.000 pontos, opera neste momento ao redor dos 33.600 pontos. Na Coreia do Sul, o mercado de ações já está colado na máxima histórica, aos 2.200 pontos. No Brasil, o Ibovespa opera ao redor dos 93.500 pontos, bem acima da mínima do coronavírus registrada aos 61.700 pontos.
Algumas poucas praças estão com recuperação mais lenta, como a mexicana, que opera atualmente aos 37.900 pontos, relativamente acima da mínima de 33.000 pontos do coronavírus. Outras praças já renovaram topo histórico, como é o caso do mercado acionário argentino, por mais incrível que pareça, onde existe situação de novo default sobre a dívida pública.
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